Momentos Mágicos – dia 9 de maio de 2018


Os abraços foram feitos para expressar o que as palavras deixam a desejar.

Hoje eu peguei o veículo da empresa e saí para minhas visitas diárias.
Um sinal fechado me fez parar e, ao olhar para minha direita, vimos uma cena muito bela: um momento mágico.

Duas mulheres se encontraram na calçada e se abraçaram. Percebi que a diferença de idade poderia caracterizar mãe e filha, mas, pela cena, mais me pareceu que tratavam se de amigas que não se viam há muito tempo.

Não foi um abraço normal, mas foram muitos abraços. Elas se abraçavam, falavam alguma coisa e tornavam a se abraçar.

Uma senhora que vende pipocas em um carrinho na esquina observava a cena com o mesmo encantamento que eu.

O centro de uma grande cidade é palco de muitas manifestações, mas, abraços entre duas amigas que não se importam com a reação das pessoas na rua, isso é raro de se ver.

Encontrei a frase de Anne Frank, uma menina judia que escreveu um diário[1] enquanto se escondia com sua família em cômodos secretos num edifício em Amsterdã, durante a perseguição nazista. Anne Frank morreu em um campo de concentração em Bergen-Blsen em fevereiro de 1945.

Eu li o livro com a tradução de seu diário e a frase foi escrita em um dia em que ela, apenas uma adolescente, presa num esconderijo, via pela janela pessoas passando pela rua e desejava ardentemente um contato físico como um abraço em uma amiga. A privação de acesso ao mundo lhe deu a dimensão da importância do abraço.

Essa história, de Anne Frank, me emociona muito por definir a crueldade humana sobre pessoas tão frágeis e inocentes.

O abraço de hoje me libertou dessa angústia, mostrando que podemos nos abraçar hoje nas ruas, sem censuras ou perigos.

As duas não sabem, mas espalharam amor num raio indefinível de ação. Sinergia positiva.


Anne Frank


[1] Com o fim da guerra, o único sobrevivente foi o pai de Anne, Otto Frank, que retornou a Amsterdã e descobriu que o diário da filha havia sido salvo por Miep Gies, a mesma que o ajudou escondendo a família em um edifício. Após muito esforço, seu pai conseguiu publicar o diário, e, desde então, é um dos livros mais traduzidos do mundo. Foi lançado também um filme biográfico da adolescente, sob o título The Diary of Anne Frank (1959). Aclamado pela crítica, foi vencedor de três Oscars. O museu, Casa de Anne Frank, foi inaugurado em 3 de maio de 1960, e em 2013 e 2014 atraiu mais de 1.2 milhões de visitantes. Anne também foi imortalizada com uma estátua de cera no Museu Madame Tussauds, além de ter sido considerada pela revista Time um ícone do último século. – Wikipedia.

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