Momentos Mágicos – dia 25 de maio de 2018


 A trajetória do DNA à consciência e a ameaça do lapso tecnológico.

Hoje vi muitas pessoas em fila em postos de gasolina, outros em mercados. Alguns, assustados com um possível desabastecimento prolongado, comprando e fazendo estoques, situação que acelera o desabastecimento. Não existe o pensamento coletivo: neste momento, somente o “eu” impera. Se não o “eu”, o “minha família” ou os “meus filhos”.

Aqui fica uma questão ética polêmica: preciso cuidar de mim e dos meus, mas, será legítimo me prevalecer e deixar de fora os “outros”? Não reclamamos de nossos políticos por razão semelhante?
Seria a greve dos caminhoneiros uma luta sectária?  Ou somos todos sectários ao considerarmos o “eu” acima do “nós”?

Mas o que me trouxe maior reflexão hoje não é bem o mérito da greve, mas, a fragilidade de nossa civilização. Quanto mais tecnologia temos, mais dependentes ficamos.

Exemplo?  Basta pensar que o motor a combustão surgiu em 1876 – o ser humano existe há 500 mil anos, segundo estudos científicos. Entretanto, a falta de combustível pode por a pique uma civilização em alguns dias.

A energia elétrica passou a ser utilizada a menos de um século, mas, não é possível pensar na vida sem ela. Não pela falta da luz ou do funcionamento de nossos equipamentos domésticos, mas, pela estrutura que existe atual – a falta de energia colocaria em risco a vida no planeta: o desabastecimento seria uma das conseqüências, além da falta de água, colapso de sistemas que levariam muitos à morte e destruição.

Até mesmo a recentíssima internet, se for interrompida, pode por em risco muita gente.
Estamos chegando a um modelo de sociedade que nos tornará cada vez mais dependentes, frágeis e sujeitos a grandes riscos de colapso.

As ameaças serão mais rápidas e as soluções terão que ser cada vez mais céleres.
Somos máquinas de grande complexidade, nossa biologia permite a consciência, mas, podemos ter sérios problemas em caso de lapso tecnológico.

Somos imagem e semelhança do criador, mas, também somos frágeis criaturas dependentes de nossas próprias criações.

Esse paradoxo merece muita reflexão.
O momento mágico da criação, do DNA à consciência, e a ameaça da criação humana sobre a própria espécie.




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