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DOR – IDENTIDADE E AFETO

Penso , logo existo , é uma afirmação de um intelectual que subestima as dores de dente. Sinto, logo existo , é uma verdade de alcance muito mais amplo e que concerne a todo ser vivo. Meu eu não se distingue essencialmente do seu eu pelo pensamento. Muitas pessoas, poucas ideias: pensamos todos mais ou menos a mesma coisa, transmitindo, pedindo emprestado, roubando nossas ideias um do outro. Mas se alguém pisa meu pé, só eu sinto a dor. O fundamento do eu não é o pensamento, mas, o sofrimento, sentimento mais elementar de todos. No sofrimento, nem um gato pode duvidar de seu eu único e não intercambiável. Quando o sofrimento é muito agudo, o mundo desaparece e cada um de nós fica só consigo mesmo. O sofrimento é a Grande Escola do egocentrismo. (KUNDERA Milan, 1990, “A Imortalidade”, p.197). O sofrimento nos identifica e, através dele, buscamos nosso espaço no ideário social. O sofrimento parece explicar tudo, atenua nossos erros, eleva nossas conquistas: não estamos nós vivend