Momentos Mágicos – dia 17 de janeiro de 2018


As cenas urbanas constantemente me surpreendem. Nasci na cidade de São Paulo e meu canário foi, por muitos anos, o cinza. 

Prédios, avenidas, trânsito, poluição.

Minha mãe é carioca e, por essa razão, viajei muitas vezes ao Rio de Janeiro para visitar meus avós e tios.

O Rio de Janeiro sempre foi um lugar de muita beleza, mas, o que me impressionava quando eu estava lá era o fato de poder andar pela cidade e encontrar no cenário, entre prédios, a imagem do mar.

Era como viver em uma metrópole sem a clausura do cinza, com a possibilidade de perceber o infinito que a visão do mar nos sugere.

Fantasiava poder pegar um barco na praia e sair navegando sem destino, enfrentando todas as possibilidades e todos os perigos.

Esse dejavu me surgiu no dia de hoje, ao passar por uma rua central da cidade onde moro hoje.
Em meio ao cinza esperado nos centros das metrópoles, encontrei uma passagem para a um espaço verde.

Uma viagem para o campo, o selvagem, no interstício encontrado em prédios centrais.
Me senti na possibilidade de fugir, de enfrentar o desconhecido sugerido pelo verde inesperado.
Um momento mágico que me trouxe a reflexão sobre os espaços de fuga urbanos. Uma fuga dos espaços de passagem, de comércio, de trânsito, de impessoalidade.

Esses espaços existem e, apesar de passar diariamente nesse lugar que descobri hoje, somente agora tomo conhecimento de sua possibilidade.

Minha percepção está se aguçando: me sinto feliz em acordar todo dia pensando nas possibilidades de encontrar momentos mágicos.

Para mim tem sido uma terapia maravilhosa.








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