Momentos Mágicos – dia 16 de janeiro de 2018
No meu caminho de hoje, passei
por um local e percebi algo muito diferente pendurado num fio de energia.Em meio a uma rua, lá estava ele:
um caranguejo pendurado no fio.
Parei para fotografar e logo
apareceu o autor da obra: um cidadão que vende caranguejos e que arrumou um
jeito inusitado para divulgar seu produto.
Simpático, como todo o vendedor
é, ou ao menos deveria ser, me convidou para entrar em seu quintal para mostrar
os caranguejos ainda vivos, dentro de uma caixa d’água improvisada como expositor.
O homem, assim como muitos em
Joinville, vive da caça e venda desses simpáticos bichinhos. Tive pena de
vê-los se debatendo dentro da caixa e pensei no trabalho que dá comê-los, pois,
têm pouca carne, concentrada nas suas patas. São precisos muitos deles para que
uma pessoa possa se alimentar.
Os pobrezinhos estavam à venda
por vinte reais a dúzia.
Um caranguejo no fio, um equilibrista
deslocado, descontextualizado, retirado de seu lar e exposto para chamar seus
algozes para que vejam seus pares.
Me veio também o pensamento de
que, em meio a tanto desenvolvimento e tecnologia, ainda existem famílias
vivendo do mangue, dos caranguejos, da caça.
Equilibristas também são essas
famílias, que lutam pela sobrevivência em meio a uma população de dá mais valor
a um Mac Donalds do que aos frutos genuínos de sua terra.
Caranguejo e vendedor, dois
mundos à parte, ligados pelo equilíbrio imposto para a sobrevivência,
ensinando-me novas lições com um momento mágico inesperado.
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