Momentos Mágicos – dia 01 de março de 2018
Os sonhos que vivem em mim, os sentimentos que ninguém
conhece; as memórias que jamais serão esquecidas... são os meus fragmentos de
vida! ( As memórias, Rafael Silveira)[1].
Memórias.
Hoje, uma de nossas visitas foi a
uma idosa que desejava inclusão na Tarifa Social de água. Em sua casa, dois
cãezinhos simpáticos nos receberam.
Após conversarmos, ela trouxe uma
coleção de retratos de seus filhos, netos e bisnetos.
O orgulho de ser parte de uma
família grande, de ter criado essas pessoas e a tristeza de viver só em uma
casa grande.
A solidão e a necessidade de
mostrar sua prole a qualquer um que a visite. Nossa visita, aliás, foi muito
demorada, pois, não era possível sair sem interrompê-la e isso nós percebemos
que não seria uma boa opção.
A necessidade dos retratos
assemelha-se à necessidade das fotografias em sites ou mídias sociais.
Trata-se da busca por uma
identidade a ser reconhecida, de preservar uma história como forma de alcançar
reconhecimento. No caso dessa senhora, trata-se talvez de mostrar suas
realizações, que as pessoas, incluindo talvez sua família, não se preocupam em
observar ou valorizar.
Pode ser ainda o desejo de
continuidade, o registro de uma vida que se aproxima de um final e que merece
ser lembrada.
Se existe vida após a morte, isso
é parte da crença de cada um, mas, os registros garantem que algo permanecerá
por um tempo maior, uma versão palpável da eternidade.
O momento mágico? Conhecer uma
pessoa tão carente e poder lhe fornecer algum tempo de atenção. Saímos com a
alma mais leve e, como não podia deixar de ser, deixo aqui o meu registro,
afinal, também sou humano e carrego comigo as mesmas inquietações.
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