Momentos Mágicos – dia 04 de março de 2018
Superorganismo. Um biólogo criou esse
neologismo para designar as colônias gigantes de formigas africanas, afirmando
que a consciência e a inteligência estavam não em cada uma das formigas, e sim
na mente coletiva da colônia. (P. 437)[1]
Joinville é uma cidade que se
situa no nível do mar, ladeada por montanhas. Essas montanhas surgem na
paisagem, nos finais das ruas.
Existem momentos em que não são
vistas, pois, confundem-se com as nuvens que tornam a paisagem embaçada.
Quando cheguei por aqui, ficava
estarrecido com a beleza dessa paisagem, sobretudo pela altura dos morros que,
de gigantescos, me tiravam o fôlego.
Percebi ainda que as pessoas que
moram aqui não percebem essa beleza. Assimilaram essa visão em seu dia-a-dia e
esqueceram-se dela.
Como cita o texto que selecionei,
pode ser que esse fenômeno denominado “superorganismo” tome conta da população,
que parece pensar cada vez mais igual, cada vez menos presente, cada vez mais
preocupada com um futuro incerto ou se culpando por um passado que já se foi. Todos
guiados por modelos, escolhendo padrões predefinidos, tomando ciência de si
mesmos através do olhar do outro. Esquecendo-se do essencial. Tornando-se cegos
para a beleza presente.
O superorganismo cega, faz sumir
as montanhas que me assombram. Torna o mundo sem cor, sem matizes.
Receio um dia ser engolido por
essa doença e não mais conseguir enxergar essas montanhas em meu horizonte.
Colher momentos mágicos tem sido
o meu antídoto, meu remédio diário.
A foto que envio hoje mostra um
raro momento, em que a montanha se funde com nuvens brilhantes de uma tarde de
sol.
Você, leitor, consegue ver as
montanhas, ou somente enxerga o trânsito comum das grandes cidades?
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