Momentos Mágicos – dia 12 de março de 2018


O dia de hoje me levou, mais uma vez, ao mangue.

Encontrei uma rua que termina no manguezal.  Um ciclista, típico morador de Joinville, observava a paisagem de forma contemplativa, como eu.

A cena me trouxe reflexões sobre o fim e recomeço. Onde se finda um caminho, abre-se um universo.
Mais adiante uma nova ocupação humana na cidade e o registro da ação desordenada. Para alguns, uma “invasão”, para outros, especificamente aqueles protagonistas, a ocupação de um espaço para moradia viável.

Famílias sem renda para arcar com alugueres e, obviamente, para a compra de um imóvel, chegam à cidade periodicamente e transformam seu cenário.

As reflexões são diversas, como o caso do final da rua no manguezal, o homem observando o cenário e a construção de novas moradias em áreas de preservação.
As cidades crescem e as pessoas migram desde que se sabe sobre a existência humana.
Entretanto, o pensamento permanece, os paradigmas se solidificam, assim como os preconceitos.
As pessoas que chegam, nos dias atuais, são os futuros comerciantes, mão de obra e construtores do desenvolvimento da cidade.

Olhando para o passado de cada um de nós eu pergunto: qual o seu sobrenome? Se não for indígena, certamente você é descendente de imigrantes. Pior: imigrantes que, muitas vezes, tomaram a terra dos indígenas, muitas vezes com violência.

Apesar de todo o tempo percorrido nas civilizações, as cidades não aprenderam a receber os migrantes e nem a reter seus moradores – o desequilíbrio parece ser uma sina humana.

De volta ao ciclista, sua contemplação poderia ser pela beleza do local, ou, seria pela possibilidade de construção de uma moradia em local inadequado?

Concordo que o mangue, assim como demais espaços de preservação ambiental, não são lugares para a habitação, mas, qual a alternativa para esses migrantes? Como a cidade resolve essas questões?

Por enquanto, o que percebo é um conflito sem fim entre a necessidade de sobrevivência de uns e a incompetência do Estado em prever o óbvio movimento migratório mundial.

Reforçando esse cenário, o discurso do preconceito minando as soluções desejadas por todos.

Um momento mágico de reflexão sobre os movimentos urbanos e a incoerência humana.







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