Momentos Mágicos – dia 16 de agosto de 2018
Hoje foi um dia de muitos momentos mágicos.
Visitamos duas famílias que nos emocionaram.
A primeira delas formada por um senhor deficiente físico, mulher e quatro filhos. No final do ano passado, um de seus filhos foi morto por traficantes. Religioso, esse senhor decidiu iniciar um trabalho de resgate de pessoas em situação de rua.
Apesar da deficiência física que o obriga a mancar, ele realiza trabalhos diversos, bicos, e retira moradores de rua, abrigando-os, dando roupas e alimento. Alguns desses resgatados assumem com ele a equipe de trabalho.
A família inteira abraçou a idéia. Esse senhor chegou a me contar que doou suas próprias roupas para vestir um morador de rua que abrigou.
“Os recursos vêem, temos sempre comida e as roupas que doei acabam sendo repostas por novas doações. Muitos ajudam na região.”
Essa família tomou para si a nobre missão de levar o evangelho através de obras concretas: são evangélicos e também recebem ajuda de um pastor. “Na rua, encontro idosos que foram abandonados pela família ou que fugiram de casa por maus tratos, assim como pessoas que se perderam na vida por situações diversas e que precisam de quem os acolha e lhes dê oportunidades.”
Contou-nos que acorda de madrugada para buscar pessoas das ruas da cidade.
É impressionante perceber que alguém com limitações físicas e econômicas, consegue viver e ajudar tanta gente.
A segunda visita foi a um casal com um filho. Há cerca de um ano e meio atrás, todos trabalhavam e conquistaram a casa própria com seus esforços. Ocorreu , porém, um acidente com a esposa, atropelada diante de sua casa, o que a deixou acamada e inconsciente.
O marido e o filho deixaram seus empregos para cuidar dela, vivendo hoje com a aposentadoria por invalidez dessa senhora.
“Se continuássemos a trabalhar, teríamos que pagar cuidadores e não compensaria esse custo com o que recebíamos. Decidimos cuidar dela.”
Sentimos muito amor naquele casal. O senhor mostrou toda a sua habilidade nos cuidados com ela, convidando-nos a conhecê-la.
Saímos de lá com dois sentimentos: tristeza pela situação daquela família, mas também esperança de que o mundo pode ser melhor, uma vez que existem pessoas com muito amor verdadeiro para compartilhar.
Em ambos os casos, chegamos a essas famílias pela sensibilidade do colega atendente Alexandre, no caso do casal com a mulher acamada, e de um fiscal, que ao atender a família do senhor deficiente físico, sentiu que havia algo a mais que poderíamos fazer. Uma corrente do bem.
Situações mágicas, pessoas mágicas que, diante de tragédias, mostraram seu imenso amor e generosidade, momentos mágicos.
Existem anjos entre nós: basta abrir os olhos para reconhecê-los
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