Momentos Mágicos – dia 09 de agosto de 2018
Construímos um esgoto social do qual ninguém escapa.Uns admitem nele habitar,outros negam sua existência,mas todos vivem em seus porões
Augusto Cury
Hoje acordei sem grandes expectativas. Ontem o noticiário local previa frio e chuva. Entretanto, o dia se apresentou com sol e calor: um lindo dia.
Fomos a uma comunidade onde desenvolvemos o trabalho voluntário em zona rural de Joinville – Comunidade Caminho Curto – com a missão de convidá-los para uma reunião no próximo sábado, quando começaremos a realizar o grande projeto de afastar o esgoto doméstico do contato com a comunidade – hoje corre a céu aberto.
Os casos de verminoses e doenças de pele são tantos e tão graves que já levaram a óbito moradores naquela comunidade. O último caso foi da menina Manuela, internada ainda. Com apenas 4 anos de idade, teve um quadro muito grave de verminose com grande risco de morrer. Por sorte encontra-se em recuperação e fora de perigo.
Essa situação angustia a equipe de voluntariado, a mim especialmente, que sinto a enorme dificuldade que se enfrenta quando se deseja realizar um projeto desse porte, que exige soluções despadronizadas.
Para nossa surpresa, os moradores foram abordados pelo médico e a equipe do Posto de Saúde que atende o local, com orientações sobre saúde, higiene e prevenção. Foram ministrados remédios para o combate às verminoses.
Conversamos com os moradores e tivemos uma recepção muito positiva, com pessoas se prontificando a colaborar na construção da nova rede interna de escoamento do esgoto doméstico.
Foi uma manhã mágica, onde o sol, contrariando as previsões climáticas, acalentou nossas esperanças de que possamos proteger as crianças daquela comunidade do contato com o ambiente contaminado pelo esgoto.
Não será fácil, assim como o prazo para a solução do problema ainda é incerto, mas, saber que existe movimento, que não estamos inertes, me revigora.
Na foto, o menino Vinicius apresenta problemas de pele, já vencidos após tratamento. Não sei o que mais incomoda, se a coceira que o menino sente ou a minha angústia em ver uma criança nessas condições por questões socioambientais.
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