Momentos Mágicos – dia 21 de junho de 2018

Quando um amigo chega, solidão faz as malas.


A casa na mata.


Hoje visitamos uma senhora idosa. Sua casa se situa em meio a tanta vegetação que quase não é visível da rua. As plantas invadiram a calçada, criando um obstáculo intransponível para pedestres.

Não se trata de uma senhora com problemas financeiros – a casa demonstra uma situação privilegiada. Entretanto, idosa e só, essa senhora não teria condições de nos procurar para um problema de vazamento de água.

Uma visão de uma espécie de castelo com plantas que, apesar de abundantes, aparentam cuidados, criando um cenário belo e imponente.

Mas a senhora em questão é idosa e, como disse, mora só. Ao nos receber, chorou copiosamente a recente perda de sua filha. A filha morava ao seu lado e cuidava dela, vendo-a diariamente. De maneira súbita, um enfarto a levou deste mundo, deixando aquela senhora inconsolável.

Além de apresentar uma solução para o assunto que nos levou lá, o mágico dessa visita foi poder oferecer àquela senhora um momento para ouvi-la.
Sua dor precisava ser manifestada, mesmo que para um estranho.

Há algum tempo atrás, ao visitar uma senhora em situação de solidão e vulnerabilidade social, perguntei se o que ela mais precisava no momento – eu tinha uma cesta básica no carro e pensei em oferecer. A resposta foi contundente e desconcertante: “eu só quero que alguém converse comigo”.

Independente da situação social, a solidão está presente a muitos idosos nas cidades.
Poder ouvi-los, visitá-los, pode ter um efeito maior do que os muitos medicamentos que usam.

Ouvir é a magia a ser oferecida a esses idosos solitários.



Comments

Doeu em mim a dor dessa idosa.

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