Momentos Mágicos - 14 de Novembro de 2018

Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano como teus próprios pensamentos.


Hoje foi um dia de reflexão sobre a realidade.

No início do dia, minha professora de ginástica laboral me contou sobre sua primeira aula sobre meditação.

Comentou que o mestre explicou sobre o conceito de realidade, mostrando o espaço em que o templo de meditação se encontra. Anteriormente, disse o mestre, este espaço era um escritório de contabilidade. Chegamos, colocamos almofadas no chão, imagens de Buda, incensos e livros, o que faz com que o local se torne um templo de meditação. Se, por razões financeiras, não conseguirmos mais pagar o aluguel deste espaço e nos mudarmos para um espaço menor, este local deixará de ser um templo de meditação e o outro passará a sê-lo. A diminuição do espaço não deverá ser motivo de humilhação e nem mesmo de piedade: apenas será outro templo de meditação.
O que vemos está baseado em nossas interpretações de realidade, mas, a realidade em si, nos escapa.

Lembrei-me de um cão pit bull que minha filha teve. Certo dia, ao ouvir barulho no portão, ele veio correndo do fundo de casa, atravessou a cozinha e bateu com a cabeça em uma cadeira de ferro, muito pesada. Ele teve seu percurso interrompido, ganiu de dor, mas, levantou-se e tornou a correr em direção ao portão. Por que um cão é tão centrado em seus objetivos ao ponto de não se deixar abater com dores e lamentações, enquanto nós, humanos, não conseguimos fazê-lo? Se isso ocorresse comigo, talvez eu parasse, desistisse de meus objetivos, procuraria um pronto socorro e me sentiria infeliz. O fato teria sido o mesmo, as interpretações de realidade seriam a causa de sofrimento ou determinação.

Visitamos uma senhora idosa hoje. Ela vive só, num quitinete. Na porta de seu apartamento, uma pequena placa estampava a frase: "Aqui mora a felicidade." 
Essa senhora, muito confusa e mau humorada, mostrou-se muito doente e infeliz. Eu disse a ela que o que dizia na placa indicava que ali eu encontraria a felicidade, ao que ela respondeu chorosa: "eu não sou infeliz, mas, me fizeram infeliz".
Não sei quem nem o que a tornou infeliz, mas, aquele local era bonito, bem situado e organizado. Os vizinhos, soube depois, dão suporte àquela senhora. Seria ela vítima de uma interpretação equivocada e infeliz de uma realidade?

Se a realidade nos escapa, se o que temos é uma interpretação, se a infelicidade pode ser resultado dessa interpretação, então, podemos nós nos sentirmos melhor se nosso olhar for reinterpretado? Os budistas acreditam que sim.



Fonte: https://olharbudista.com/2018/08/22/aparencia-e-realidade-dalai-lama/





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