Momentos Mágicos – dia 19 de fevereiro de 2018
Depois dos recifes de
corais, considerado o mais rico ecossistema marinho, vêm os mangues. Eles são
importantes não só para a vida marinha e a a qualidade da água do mar. Um sem-
número de outros organismos dependem dele para seu ciclo de vida. O mangue, ou
suas copas, seqüestram óxido de carbono da atmosfera amenizando o efeito
estufa, e ainda são ‘barreiras naturais’ contra a erosão[1].
Joinville está no nível do mar e,
apesar de não existirem praias, existem braços de mar que passam pela cidade no
formato de mangezais.
Esses mangezais são lugares
desprezados pela maior parte da população, sendo ocupados ocasionalmente por
famílias em vulnerabilidade social.
Estigmatizados como lugares de cheiro ruim, são, ao olhar atento
e sensível, lugares de rara beleza.
Nele habitam garças vermelhas,
caranguejos e uma infinidade de outras espécies, incluindo a diversidade da
vegetação.
Encontramos os manguezais em finais
de ruas afastadas, escondidos muitas vezes por residências.
É como se a população preferisse
que esse ecossistema não existisse em sua paisagem.
Hoje meu momento mágico foi
justamente uma visão do manguezal.
Uma rua que percorri até o ponto do
asfalto acabar, uma tela separando um caminho e: surpresa ! Uma visão
magnífica.
O caminho, uma picada através de um
segmento da cerca, acolhe o lixo da vizinhança, prova do desprezo de muitos
pelo local.Ao passar por essa picada encontrei
um lindo lugar, ao som de pássaros e água do mar espelhando o céu da manhã.
Será que o Paraíso está aqui, mas,
incapacitados de enxergá-lo por conta de nossa cegueira cultural, passamos a
vida a procurá-lo em vão?
Será que o asfalto, o concreto,
símbolo do “progresso”, são mais desejados que esse Paraíso?
Estaríamos nós jogando lixo em
locais sagrados?
Nosso olhar define aquilo que
desejamos ver e aí reside a felicidade ou infelicidade humana.
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