Momentos Mágicos - 14 de Outubro de 2018
Estou na sala de minha casa.
Uma luz amarelada adentra pelas janelas e transforma todo o ambiente com uma atmosfera retrô.
A tarde vem encerrar mais um fim de semana.
Assisti a um filme sobre vampiros e o tema central era a imortalidade.
Talvez a imortalidade esteja nas cores, nas luzes e matizes.
Na repetição dos dias, nos domingos ao entardecer, na certeza de que novamente a noite se aproxima, mas, um dia novo surgirá, repetindo um ciclo infinito.
A imortalidade é algo que concebemos por conhecer a morte. Ao encontrarmos um fenômeno, o identificamos através do seu oposto - esse seria o conceito da alteridade.
Se me vejo homem é porque existem mulheres, se me vejo com estatura mediana é porque vi pessoas maiores e menores que eu.
Eu me vejo através de meus opostos.
Apesar disso, apesar da repetição dos dias, muita coisa em mim muda de maneira silenciosa. Posso não perceber no dia-a-dia, mas, ao olhar fotos antigas percebo essa mudança. E essa mudança me leva à finitude.
Então, a repetição dos dias apenas me ilude sobre a possibilidade da eternidade, apenas me distrai.
A luz amarelada do pôr do sol me recobra a consciência de que sou finito e que, apesar do domingo se esvair e retornar em uma semana, meu ser se esvai com o tempo, se transforma, de deforma para um dia não mais ser.
Preciso pensar na beleza da oportunidade de cada momento: momentos mágicos que não se repetem, esses sim, carregados de imortalidade.
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