Momentos Mágicos - 20 de Setembro de 2018

Hoje registrei a morte de uma construção.

A mesma casa antiga, em madeira, que registrei em post anterior por tratar-se de um retrato das construções coloniais.

Pode-se pensar que se trata apenas de uma casa, mas, aquele espaço foi palco de muitas histórias as quais desconheço.

Na memória das famílias e amigos dos que residiram ou viveram momentos no local, mais do que uma construção, havia um "lar". Toda construção material traz em si um componente imaterial.

Nesse processo de morte, destrói-se e perde-se o material, mas o imaterial permanece. A memória mantém vivo esse "lar", ainda que as pessoas não vivam mais ali, ainda que alguns tenham partido deste mundo.

Esse "lar" habita fotografias colocadas em quadros nas paredes de outras construções, mais novas, povoa álbuns físicos e virtuais. Aquece o coração daqueles que ainda se encontram vivos, fundamenta suas essências. Confere identidade, mantém um elo que as prendem a uma origem comum.

A memória prova que viemos de ramos diversos, mas, pertencentes a uma árvore comum, matriz, que nos torna irmãos, apesar das diferenças.

Houvesse essa compreensão e o mundo seria certamente melhor.

Adeus casa antiga, bem vinda a memória que confere vida eterna.


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