Momentos Mágicos - 12 de Dezembro de 2018

A fluidez do conhecimento.

Hoje, um dia após a dramática execução na igreja de Campinas por parte de uma pessoa cujas motivações ainda deixam dúvidas e perplexidade, recebo o rescaldo das notícias trazidas por pessoas e familiares meus que moram naquela cidade. Cidade, aliás, que vivi a maior parte da minha vida.

Existem especulações, fotos, muitas opiniões flutuando nas redes sociais. A televisão manterá esse assunto por um tempo, intercalando comerciais de Natal, até que outro fato ocorra e enterre essa história.

Esse episódio nos mostra o quanto desconhecemos sobre os outros. Por conseguinte, o quanto desconhecemos de nós mesmos.

Afinal, quem somos nós? Se eu tentar dizer quem sou, terei que levar em conta que me refiro a mim no momento presente. Isso porque, a partir do momento em que nascemos, partimos para uma jornada física, psíquica e cultural, que nos transforma com o tempo e nos conduz até a morte.

Dessa maneira, somos seres em constante mutação e podemos mudar de opinião e aparência com o tempo. 

Isso pode ser assustador, mas, pode dar sentido, o tão procurado sentido para a vida, que seria, então, o crescimento espiritual.

Se, por um lado, o corpo atinge um nível máximo de desenvolvimento e parte, em seguida, para o colapso que conhecemos como envelhecimento e morte, a mente pode continuar a se desenvolver indefinidamente. 

Essa constante mutação, que pode nos levar a esse crescimento, se assim desejarmos, também nos mostra a cada passo o quanto somos ignorantes. A evolução espiritual nos traz a consciência de nossa ignorância. Isso explica nossa perplexidade com relação a fatos que ocorrem como a tragédia em Campinas. 

Pessoas procuram estar mais próximas de Deus na catedral, onde encontram a morte e, talvez, estejam com Ele agora. Um homem escolhe a catedral para matar, diferentes objetivos e propósitos que convergem num final dramático.

Conhecemos muito pouco sobre nós, e quase nada sobre os outros. 


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