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Showing posts from 2015

SUPERPOPULAÇÃO OU SUPEREXPOSIÇÃO ?

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Segundo cálculos da Footprint Network o mundo tem 12 bilhões de hectares globais de biocapacidade para atender todo o impacto das atividades antrópicas (equivalente a 120 bilhões de km2 dos 148,9 bilhões de km2 da área terrestre do globo) . [1]                                                Viajei por muito tempo pelo interior do estado de São Paulo, o mais populoso do país, na maior parte das vezes de automóvel e sempre me chamou à atenção a quantidade de terra desocupada entre as cidades. Aprendi com um amigo antigo, que o caminho é a melhor parte da viagem. É interessante ver a quantidade de terras plantadas, áreas verdes, às vezes pastos, rios, riachos e lagos. Animais pastando. Aproveito, sempre que posso, para aproveitar as paradas, conhecer a arte, os alimentos típicos e os encantos dos interstícios.  Mudei-me para o sul do país e a paisagem não é diferente: grandes espaços entre as cidades, verde, pastos, fazendas, animais, paisagens deslumbrantes. Na Figura 1, pe

DOR – IDENTIDADE E AFETO

Penso , logo existo , é uma afirmação de um intelectual que subestima as dores de dente. Sinto, logo existo , é uma verdade de alcance muito mais amplo e que concerne a todo ser vivo. Meu eu não se distingue essencialmente do seu eu pelo pensamento. Muitas pessoas, poucas ideias: pensamos todos mais ou menos a mesma coisa, transmitindo, pedindo emprestado, roubando nossas ideias um do outro. Mas se alguém pisa meu pé, só eu sinto a dor. O fundamento do eu não é o pensamento, mas, o sofrimento, sentimento mais elementar de todos. No sofrimento, nem um gato pode duvidar de seu eu único e não intercambiável. Quando o sofrimento é muito agudo, o mundo desaparece e cada um de nós fica só consigo mesmo. O sofrimento é a Grande Escola do egocentrismo. (KUNDERA Milan, 1990, “A Imortalidade”, p.197). O sofrimento nos identifica e, através dele, buscamos nosso espaço no ideário social. O sofrimento parece explicar tudo, atenua nossos erros, eleva nossas conquistas: não estamos nós vivend

Artigo publicado - "Uma via em disputa: Rua do Príncipe, 1986 e 2004"

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A minha Dissertação de Mestrado foi objeto do artigo publicado na revista Confluências Culturais, publicado nesta data (05/10/2015). Com o  título "Uma via em disputa: Rua do Príncipe, 1986 e 2004" , pode ser lido em sua integra no endereço:  http://periodicos.univille.br/index.php/RCCult/article/view/131/158 . Com a orientação da professora doutora Ilanil Coelho, coloco aqui o resumo: Resumo: O artigo analisa disputas travadas em processos de intervenção urbana tomando como referência de estudo a Rua do Príncipe, em Joinville, Santa Catarina. A pesquisa realizada focalizou dois projetos de intervenção que pretenderam articular a preservação do patrimônio cultural e que tiveram efeitos opostos. Diante disso, buscou-se compreender quais os fatores que têm orientado e que têm adquirido maior importância para a gestão pública do espaço urbano. A interpretação dos acontecimentos permitiu refletir sobre os usos sociais da rua, bem como sobre os propósitos que movem os

NO MEU TEMPO ERA ASSIM.....

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É comum ouvirmos dizer: “no meu tempo era assim..”,dito por pessoas que já não são mais jovens, mas, decidi trazer esse assunto para discussão por entender que trata-se de um engano pensar desta maneira. É interessante levantar dados para essa discussão. Qual a proporção de jovens na população brasileira? O gráfico a seguir, foi obtido em pesquisa ao site do IBGE e reflete os resultados alcançados no último senso brasileiro, no ano de 2010 [1] . Os resultados são interessantes nessa análise e, para melhor compreensão, decidi fazer alguns  cruzamentos. A população brasileira em 2010, era de 190.755.799 habitantes e, muito embora as maiores concentrações de idade se dêem na faixa entre os 5 a 34 anos de idade (índices iguais ou superiores a 8% por faixa, somados homens e mulheres), podemos concluir que, juntos, representam 52% do total. Portanto, temos pouco mais da metade da população de jovens no país e outra quase metade de pessoas em outras faixas etárias. O rec

HISTÓRIAS URBANAS – episódio 3

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Para aqueles que não me conhecem, cabe a repetitiva introdução: trabalho no Núcleo Social da Companhia Águas de Joinville – empresa de saneamento municipal - e minha missão é o atendimento a pessoas com problemas socioeconômicas e ou com problemas de mobilidade. Visito muitas famílias na cidade e decidi registrar as histórias vividas nesses contatos diários. Esse episódio é dedicado ao Loteamento José Loureiro, região que já foi uma ocupação em que famílias construíram casas rústicas encima do mangue. No início, o local era conhecido como Juquiá. Procurei o significado desse nome e encontrei as seguintes descrições: “... Juquiá (que em tupi-guarani significa “corvo de boca larga”, para alguns estudiosos, e/ou “rio sujo e armadilha para pescar peixe”, para outros). [1] ” “O nome   Juquiá , em Tupi-guarani, significa "rio sujo" ou "armadilha para peixe". instrumento de pesca muito utilizado pelos índios. [2] ” Uma moradora local, entretanto

BRASILEIRO É ASSIM....

  Existe um painel criado no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) [1] , onde podemos acompanhar o número de pessoas que vivem no Brasil em tempo real. O tempo médio para que acrescente um novo cidadão no painel é de 19 segundos. Na visita que fiz em 23 de agosto de 2015, o número de habitantes havia alcançado a incrível marca de 204.707.223. Em outra, encontrei um número maior, nesse mesmo dia: 206.955.124 habitantes [2] . Desse total, 49,2% é de homens, enquanto 50,8% são mulheres. Apenas nesse dia, o Brasil ganhou mais 4.680 habitantes. Esses números dão uma dimensão sobre a tolice em se dizer “brasileiro é assim....”, pois, seria impossível que tanta gente fosse tão igual e, portanto, merecedora de qualquer tipo de rótulo. Para incrementar esse caldeirão de raças e diversidade de origens migratórias, sabemos que existem tantas subculturas dentro de nosso país, que, ao conversarmos com pessoas de diversas regiões, evidenciaremos os diferentes sotaq

PROJETO CAIXA D'ÁGUA SOCIAL

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O Núcleo Social da Cia Águas de Joiniville está implementando o projeto Caixa D'água Social, doando, em parceria com a empresa Tigre Tubos e Conexões, 20 kits de caixa d´água para famílias que residem em bairros com maior incidência de falta de água e sem condições financeiras para assumirem os custos da colocação desses recursos. A experiência nos trará importantes informações sobre o comportamento dessas famílias ao longo do projeto, que prevê o acompanhamento, atualização cadastral, negociação de dívidas e inclusão na tarifa social. Os primeiros resultados começam a aparecer: das 17 famílias já contempladas, duas estavam em condições de consumo por meios irregulares e optaram por tornarem-se clientes regulares. Até este momento, o retorno tem demonstrado que a aproximação da empresa nos bairros traz retornos positivos, com ganhos para todos os envolvidos: clientes e empresa. Idéia plantada pela assistente social Julia Rech Sincero e colocada em prática p

HISTÓRIAS URBANAS – episódio 2

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No dia dois de abril de 2015, fomos procurados por uma senhora que nos trouxe uma situação caótica em que vivia sua sogra, cujo nome convenciono aqui chamar de “Dna. Maria B”, para preservar a sua identidade. Estive, então, no local e o que vi me deixou perplexo. Tratava-se de uma pessoa com um sério problema de queimadura em uma de suas pernas que a impedia de andar. Havia uma ferida aberta e purgante, que exalava um odor pútrido e impregnava o ambiente. A habitação consistia de um pequeno cômodo de madeira, sem banheiro: apenas suficiente para acomodar uma cama, uma cadeira, uma pia e um fogão. Essa precária construção encontrava-se em um terreno elevado, cercado de mato crescido, configurando uma cena de total abandono. Era uma sexta-feira e saí dali abalado. Cheguei em casa e chorei copiosamente. Apesar de minha experiência de décadas com situações semelhantes, não consigo me “acostumar” com histórias assim. Em minha mente vem a questão do abandono que certas p

HISTÓRIAS URBANAS - episódio 1

Para aqueles que visitam este blog pela primeira vez, esclareço que trabalho na Companhia Águas de Joinville, uma empresa de Saneamento básico na cidade de Joinville/SC. Recentemente foi criado o "Núcleo de Atendimento Social - NAS", onde realizo atendimento em campo para famílias em vulnerabilidade social e pessoas com deficiências. Comigo atuam duas assistentes sociais: Julia e Alessandra. Inicio aqui relatos de vivências nossas em campo, as quais selecionamos para que sejam preservadas, em função do impacto que causaram em nossas vidas. A história de hoje é da Dna. Maria. Em um dia do mês de maio de 2015, eu e a assistente social Alessandra, do Núcleo Social da Companhia Águas de Joinville, estivemos na residência de uma senhora que chamarei aqui de Dna. Maria, para preservar sua identidade. Havia uma questão relacionada à Tarifa Social e que precisava ser esclarecida, para evitar o descadastramento. Ao chegarmos à residência da Dna. Maria, a mesma demoro

NÚCLEO DE ATENDIMENTO SOCIAL ( Cia Águas de Joinville ) na 45ª ASSEMBLÉIA NACIONAL DA ASSEMAE

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O Artigo " “NÚCLEO DE ATENDIMENTO SOCIAL IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO SOCIAL NUMA EMPRESA DE SANEAMENTO”, foi apresentado na categoria "oral" na 45ª ASSEMBLÉIA NACIONAL DA ASSEMAE, em 27 de maio de 2015, em Poços de Caldas/MG. Publico aqui um resumo da apresentação. CENÁRIO em Joinville quando da criação do NAS : • Demanda de clientes com perfis de vulnerabilidade social; •Novos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida do Governo  Federal; •Atendimento aos clientes com dificuldades de mobilidade. Ações começaram a ser estruturadas a partir de 2011 e em janeiro de 2014, foi criado o Núcleo de Atendimento Social - NAS. NAS: OBJETIVO GERAL •   Gerir os processos de atendimento social presencial e em campo para clientes em vulnerabilidade social e/ou com problemas de mobilidade, garantindo, assim, o cumprimento das resoluções e regulamentos internos da Companhia de Saneamento, com foco na recuperação de clientes clandestinos e reduçã

PARABÉNS: VOCÊ ME ACHOU !!!!

“Há mais ou menos 500 mil anos atrás, surgiu o homo neanderthalensis, que é considerado o primeiro ser humano como nós conhecemos hoje. É claro que eles foram extintos, dando lugar ao homo sapiens, que somos nós, mas devido as grandes semelhanças, podemos dizer que os neanderthalensis foram os primeiros humanos do planeta. [1] ”(Minilua.com, 2015) “População mundial hoje: mais de 7 bilhões de habitantes [2] . A população cresce este ano na ordem de 19 milhões de indivíduos.” (Worldometters.com, 2015). “A conta final nem sempre é unânime. Mesmo assim, os números são astronômicos. Segundo estudos de astrofísicos da universidade norte-americana Harvard, existem pelo menos 17 bilhões de planetas parecidos com a Terra apenas na Via Láctea. Se ampliarmos a pesquisa para qualquer tipo de planeta (como os parecidos com os gasosos do Sistema Solar), os astrônomos calculam cerca de 100 bilhões de planetas. [3] ” (Noticias.Uol.com, 2015) Nos imaginados 17 bilhões de planetas parecid