SUPERPOPULAÇÃO OU SUPEREXPOSIÇÃO ?
Segundo cálculos da Footprint Network o mundo tem 12 bilhões
de hectares globais de biocapacidade para atender todo o impacto das atividades
antrópicas (equivalente a 120 bilhões de km2 dos 148,9 bilhões de km2 da área
terrestre do globo).[1]
Viajei
por muito tempo pelo interior do estado de São Paulo, o mais populoso do país,
na maior parte das vezes de automóvel e sempre me chamou à atenção a quantidade
de terra desocupada entre as cidades. Aprendi com um amigo antigo, que o
caminho é a melhor parte da viagem. É interessante ver a quantidade de terras
plantadas, áreas verdes, às vezes pastos, rios, riachos e lagos. Animais pastando.
Aproveito, sempre que posso, para aproveitar as paradas, conhecer a arte, os
alimentos típicos e os encantos dos interstícios. Mudei-me
para o sul do país e a paisagem não é diferente: grandes espaços entre as
cidades, verde, pastos, fazendas, animais, paisagens deslumbrantes.
Na Figura
1, percebemos a quantidade de área verde no estado de S. Paulo, com pequenos
espaços, salpicados aqui e ali, no meio de toda uma região desocupada.
Figura 1
Fonte:
Google Maps
Penso calado:
porque se fala tanto em superpopulação? Se o texto extraído que trago a essa
discussão estiver correto, somos quase 7 bilhões de pessoas no mundo para um
espaço de 12 bilhões de hectares, ou seja, mais de um hectare de terra por
pessoa. Penso calado porque essa reflexão parece herética, na contramão do
discurso contemporâneo. Vem-me à mente a contradição entre o que observo e o
que leio e escuto pelos meios de comunicação. Essa aparente contradição parece
levantar algumas questões. Estaríamos nos concentrando em centros onde os
recursos encontram-se disponíveis, num modelo de ocupação ilógico,
aparentemente irracional.
Outra questão
a se levantar é a total credibilidade que damos às informações que recebemos, sem
questionamentos. Cremos em informações que nos trazem os meios de comunicação e
fechamos os olhos para o que está visível, ao alcance de nossos olhos?
É preocupante
imaginar que os meios de comunicação nos apresentam um mundo totalmente
diferente daquele que observamos e nós, com aparente letargia, tomamos no como
verdadeiro, ignorando o que os nossos sentidos percebem. Já não cremos mais no
que vemos? Pior: negamos-nos a ver o que se nos apresenta pelos sentidos
naturais, rendendo-nos ao que se toma culturalmente como verdade?
Não quero
dizer aqui que sou contra o que se relata com relação à degradação do meio
ambiente, pois, isso eu também posso constatar no dia-a-dia. O que coloco em
discussão é o que se divulga sobre o planeta, uma vez que parece não ser
coerente com o que observo.
Parece
teoria de conspiração, mas, quando vemos que os maiores responsáveis pelos
desequilíbrios ambientais são justamente aqueles que nos impõem essas questões,
ficam, para mim, algumas hipóteses em suspensão.
Até que
ponto somos responsáveis, até que ponto somos vítimas e, até que ponto estamos
informados do que de fato ocorre no planeta?
[1] Disponível
em http://www.ecodebate.com.br/2012/08/15/a-populacao-do-mundo-cabe-na-cidade-de-sao-paulo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
, visitado em 26/12/2015
Comments