TEMPO DE ENFRENTAR A CRISE




“É claro que podes te adestrar num templo, mas o mais difícil é fazê-lo no mundo. Gente existe que repudia tudo que é sujo e conspurcado e se abriga no templo em busca da pureza.  Entretanto, verdadeiramente se adestra aquele que convive com a mentira, a impureza, a dúvida e a competição; enfim, com todos os tipos de tentação, e não se deixa macular. ” (MUSASHI, pag.1723)[1]


Viver os tempos de crise nos deixa frente-a-frente com o que a sociedade tem de mais vil. Nas guerras, assim como numa situação como a atual, de uma pandemia, a mentira passa a ser moeda corrente e divide, difama, inflama o ódio e a injustiça.
Entretanto, também fortalece o espírito daqueles que procuram a elevação, a iluminação. É justamente nesses momentos que se revelam os carrascos, mas, também se revelam os heróis.

Creio que a maior dificuldade reside em apoiar-se em conceitos considerados imutáveis ou enxergar um horizonte utópico. Pensar que tudo o que se propaga é verdade ou que tudo é falso nos faz perder a noção e o sentido. Acreditar em ideologias e em políticos é outro erro crasso que historicamente tem levado muitos à violência e até mesmo à morte.

Existem questões que são simples: existe uma doença – sua extensão e gravidade tem sido alvo de contendas. Entretanto, expor-se ao risco é perigoso, assim como é difícil - para muitos isso é  impossível - deixar de ir atrás de recursos para o mínimo necessário como alimentar sua família.
Existe, para tanto, o bom senso. A reflexão. O caminho da prudência.

Entendo que o segredo é olhar o presente de forma atenta. Responder às situações que se apresentarem e que possam contar com sua contribuição. Ajudar os necessitados sem julgamentos, apenas por uma questão humanitária.

Os resultados virão com o acúmulo das vivências diárias.
Um prédio se constrói tijolo a tijolo. Se esse processo construtivo for cuidadoso, o resultado será belo e sólido como um castelo. Será motivo de orgulho ter participado de sua construção.




[1] YOSHIKAWA, Eiji – MUSASHI Volume II, editora Estação Liberdade, 2ª Edição, 1999

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