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Showing posts from 2013

Quero um mundo mais sagrado e menos mercado...

Quero poder sair de casa e me encantar com o caminho, com os pássaros, as plantas e as pessoas. Mesmo que estejam ofuscadas por letreiros, outdoors e placas de trânsito. Quero pensar que o destino é só um ponto para onde me dirijo, mas que pode ser mudado, se aprender com o caminho. Quero um mundo onde as crianças sejam vistas com encanto, que sejam consideradas como anjos, e que, por essa razão, não sejam vistas nos sinais pedindo esmolas. Um mundo em que os idosos sejam considerados sábios, que possamos nos aconselhar com eles, ao invés de serem jogados em asilos ou nas ruas das cidades. Quero olhar no espelho e ver alguém que pode ser um entre tantos outros seres neste planeta, mas entender que, apesar disso, é único e, portanto, sagrado. Não quero mais ver pessoas tentando serem outras, querendo ter a aparência que o mercado definiu como bela, mas quero ver pessoas se admirando com pequenas coisas, como, por exemplo, uma borboleta. Um mundo mais Mandela, menos Bill Gates.

CIDADANIA

Uma rápida consulta na literatura, hoje facilmente disponibilizada pela internet, leva-nos ao conceito de cidadania como “o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive”. O historiador José Murilo de Carvalho relata, entretanto, que a cidadania plena é utópica , uma vez que não existem sociedades ideais, onde o exercício pleno dos direitos políticos, civis e sociais, ou seja, uma liberdade completa, sejam atingidos ou praticados por todos os seus cidadãos. A cidadania seria, então, um ideal a ser conquistado, através da participação do cidadão nas decisões e ações da cidade. Carvalho conclui que a cidadania não combina com o individualismo e a omissão quanto aos acontecimentos sociais. A criação de leis e estatutos de proteção à mulher, aos negros, aos deficientes, idosos, crianças jovens e adolescentes traduzem ações em direção a uma cidadania ainda não atingida, e são resultado de anos de lutas e mobilizações populares.

A Rota dos Pássaros: quem ainda pode vê-los?

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Às vezes me pego a pensar sobre como será a cidade dentro de algumas décadas. Esse pensamento me vem quando vejo certas manifestações humanas que me deixam reflexivo. É fácil perceber que as pessoas hoje andam conversando nas ruas, mas sem qualquer companhia. A conversa se dá pelo telefone celular, muitas vezes conectado a fones de ouvido imperceptíveis, o que aumenta a sensação de que a conversa se dirige a ninguém. Mas aumenta o número de pessoas que nem falam mais, apenas correm os dedos rapidamente em seus smartphones, tablets ou coisas similares, dando a impressão de que caminham sem olhar para  frente. São pessoas que se comunicam sim, mas não com o meio presente. Estão constantemente ligados a outras pessoas que se encontram em diversos lugares diferentes na cidade ou fora dela. O que parece ser um sinal de isolamento, na realidade trata- se de uma nova maneira de sociabilização nas cidades. Como a tecnologia se autodesenvolve numa velocidade crescente e sem precedente

PRÓ-ACESSIBILIDADE VENCE PRÊMIO SER HUMANO-SC 2013 DA ABRH

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Joinville realiza projeto piloto e entrega contas individualizadas de água para moradores de condomínio vertical.

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Após quatro meses de desenvolvimento, a Companhia Águas de Joinville entregou em 18 de setembro de 2013 as primeiras contas de água individualizadas para cada família dos Condomínios Trentino 1 e Trentino 2. Ação inédita, uma vez que tratam-se de condomínios verticais, que, historicamente, sempre receberam faturas centralizadas, cabendo aos síndicos a partilha dos valores incluídos nas taxas de condomínio. No sábado, dia 21 de setembro de 2012, a Rede Globo exibiu uma matéria no programa Globo Ecologia, no qual relatou como fato notório, a experiência de um condomínio que decidiu colocar hidrômetros individualizados para que o síndico possa distribuir corretamente os valores devidos em função do consumo de cada família. Entretanto, o que se fez em Joinville foi mais do que isso: a empresa de saneamento agora passou a entregar as contas a cada família, livr

O MUSEU DE CADA UM DE NÓS.

Moro atualmente distante de meus pais, o que torna minhas visitas raras. Nessas condições, tenho a visão da passagem do tempo, as mudanças que se tornam imperceptíveis aos que convivem diariamente, ganham forma ao ponto de manifestarem surpresas. Em especial, o que me chama atenção é a profusão de fotografias, antigas e atuais, que começaram a tomar conta dos ambientes na casa de meus pais. Não existe um cômodo esquecido: sala de estar, sala de jantar, quartos. As salas comportam retratos e pôsteres atuais, com as crianças da família que não param de chegar. Os quartos expõem fotos mais antigas, pessoas que não mais se encontram neste plano, mortos que nos olham sorridentes e nos remetem aos tempos que agora habitam nossas boas e más lembranças. Numa rápida leitura interpretativa, sou tentado a pensar numa lógica nessa distribuição, levando aos quartos, ambientes reservados, os registros de um passado que deve ser preservado e às salas a mensagem que a família se renova.

A FALÁCIA SOBRE "LIDERANÇA"

campo da administração, assim como em outros campos da ciência, sempre existem modismos que se iniciam com algum bom trabalho mas que passam a ser repetidos através de "consultores" por um longo tempo. Esse tipo de divulgação prolongada aos poucos se fixa como um tedioso "clichê" mas, curiosamente, continuam a alimentar consultores que, através de palestras e cursos algumas vezes criativos, outras nem tanto, garantem seu mercado aquecido. A questão da "liderança" me parece um desses casos. Existem livros, cursos e palestras sobre liderança. Uma pergunta simples me acomete, sempre que penso nesse tema: a maior parte das pessoas não terá a oportunidade de atingir cargos de liderança, por mais que se empenhem nisso - por que, então, a preocupação em formar líderes ganha tanta importância? Não seria mais prudente pensar na maioria e criar profissionais que se alinhem às metas organizacionais?  Para que exista um lider, é preciso que exista um grupo a

UMA RUA EM DISPUTA: RUA DO PRÍNCIPE, JOINVILLE, SANTA CATARINA – 1986 / 2004

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No ano de 1986, um calçadão foi construído na Rua do Príncipe em Joinville/SC. Artesãos se mobilizaram e, através da Associação Joinvilense de Artesãos - Ajart, reivindicaram e conseguiram da prefeitura a permissão para ocuparem o espaço revitalizado, para a realização da Feira de Artesanato. Iniciada nos anos 70, a Feira ganhava, então,  um espaço enobrecido.  Em 2004, numa ação violenta, a Feira de Artesanato foi removida do calcadão e o mesmo foi totalmente destruído para abertura ao trânsito de veículos. A Câmera de Dirigentes Lojistas - CDL, aliada ao poder público, foi a protagonista desse episódio. O fato de ter havido um calçadão em um projeto de intervenção num momento da história e depois esse mesmo calçadão ter sido removido nos traz um interesse maior. Como isso pode ocorrer? Em que discursos o poder público se apoiou para realizar as intervenções que se mostraram contraditórias em dois momentos distintos? Esse foi o tema da dissertação apres

Projeto Pró-Acessibilidade - um passo à frente da sustentabilidade

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                                        Com os idosos podemos aprender a ser sábios e com os deficientes a perseverar.                                         É prudente pensar que o dia de amanhã pode nos reservar um desses papéis.                                                                                                                                                         Abeid O Grupo de Circulo Contínuo de Qualidade - CCQ denominado Reservatório de Idéias (R-I), da Companhia Águas de Joinville,  criou o Projeto Pró-Acessibilidade para atendimento preferencial de idosos, pessoas deficientes, Gestantes, Lactantes e pessoas com crianças de colo, proporcionando a acessibilidade, através de um atendimento especializado e diferenciado. O título “Pró-Acessibilidade” advém da nova perspectiva de olhar para o tema da acessibilidade, considerando o acesso a partir do fato gerador da necessidade do deslocamento do cliente: não basta mais saber receber o cliente nos po