A VESTIMENTA MORAL LEGITIMANDO O CRIME

 "... Não é o terrível animal predador que torna necessária a vestimenta moral, porém, o animal de rebanho com sua profunda mediocridade, seu temor e seu tédio consigo mesmo." (Nietzsche, A Gaia Ciência)


Leandro Demori, jornalista, publicou um fato bizarro, protagonizado pelo "pastor" Osório José Lopes Júnior. Esse "pastor" teria levantado cerca de R$ 156 milhões em cinco anos, aplicando um golpe em seus "fiéis" (cerca de 50 mil pessoas): "O pastor e sua gangue prometiam que, a partir de um depósito de R$ 25, elas poderiam receber como retorno do investimento um lucro de 1 octilhão de reais.... E melhora. Se o investidor aportasse R$ 2 mil, receberia 350 bilhões de centilhões de Euros! Nem a soma de todo o dinheiro do mundo seria suficiente para atingir estes números."

continuando o post de Demori, "Além disso, os bandidos difundiram entre os fiéis a teoria ‘Nesara Gesara’, nada mais, nada menos, que uma teoria da conspiração que circula nos Estados Unidos desde o início dos anos 2000. Nesara significa National Economic Security and Recovering Act — inglês para Ato para Recuperação e Segurança da Economia Nacional. 
Com a chegada da pandemia, a teoria conspiratória ganhou ainda mais força dando origem a uma segunda vertente chamada Gesara: Global Economic Security and Recovering Act — inglês para Ato para Recuperação e Segurança da Economia Global.  A quadrilha acreditava que a partir da teoria haveria uma redistribuição universal de renda e que os primeiros a receberem esse dinheiro seriam os investidores. Agora, se a gente fala em COMUNISMO o pessoal fica com medo, mas né?"

O fato de um "pastor" conseguir enganar tanta gente, com a promessa de enriquecimento pessoal e redistribuição de renda para a população mundial é ilária.

A distribuição de renda aqui é legitimada pelo enriquecimento individual e, por isso, deixa de ser obscena, como pensam os que atacam o comunismo.

Não sou defensor do Comunismo ou do Capitalismo: creio que vivemos teorias que remontam a um século e carecemos de modelos que sejam mais coerentes com o momento tecnológico e cultural no qual vivemos.

Mas, a questão da moral relativa que serve para atacar e oprimir os mais fracos, como as minorias, as mulheres, e sobretudo os mais pobres, enquanto legitimam a ganância, a escravidão, as fobias raciais e de gênero, essa moral é a que me assusta e me provoca asco.

É com esse tipo de pensamento, tão difundido e aceito por tantos, que assinaremos o fim da humanidade, seja ela no contexto ético ou mesmo físico, pela degradação ambiental e pela violência como forma de conquista de poder.

É de grande importância a indignação e a luta contra esse movimento maléfico e que se defende sob uma falsa moral para praticar seus crimes.

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