Há pessoas que vão à praia para mostrar o corpo; Há pessoas que vão à praia para ver outros corpos; Há pessoas que vão à praia para se bronzear; Há pessoas que vão à praia para postar fotos nas redes sociais; Há pessoas que vão à praia para andar na areia; Há pessoas que vão à praia para ver o mar; Há pessoas que vão à praia para se banhar; Há pessoas que vão à praia para pescar; Há pessoas que vão à praia para meditar; Há pessoas que vão à praia e mergulhar em reflexões sobre o passado; Há pessoas que vão à praia para refletir sobre o futuro e suas inquietações; Há pessoas que vão à praia para surfar; Há pessoas que vão à praia em embarcações e ganham o alto mar; Há pessoas que vão à praia para ver o sol nascer; Há pessoas que vão à praia para ver o pôr do sol; Há pessoas que vão à praia para construir castelos na areia; Há pessoas que vão à praia para vender produtos aos banhistas; Há pessoas que vão à praia por profissão, para salvar os afog
No final de 2016, o Atendimento Social da empresa de saneamento em que trabalho, na cidade de Joinville, foi procurado por um grupo que prestava apoio a um acampamento cigano na Rua Agulhas Negras. Fomos ao local para entender a situação. Encontramos um acampamento cigano, liderado por mulheres, cinco irmãs viúvas vivendo em situação de vulnerabilidade social. Sem acesso à água, por não serem proprietárias do terreno que ocupavam, comprava água de uma vizinha que se situava no lado oposto da rua. Essas mulheres ciganas, que se autointitulam “Calins”, sofriam com doenças e dores que se agravavam com a tarefa de carregar baldes de água diariamente. A expectativa de atendimento era nula, mas, observamos que o terreno era, em parte, propriedade de uma igreja, que utilizava como estacionamento para seus fiéis. Assim sendo, em reunião com o pastor, conseguimos que fosse solicitada a ligação de água para esse terreno, de onde as Calins levavam, então, a água por mangueira até o acampamento.
Nos idos anos de 1978, após uma noite de dança numa discoteca em São Paulo, saímos, eu e meu amigo Antonio Carlos pelas ruas iluminadas da cidade, sem rumo. Era comum andarmos assim pela cidade, a pé e sem rumo, conversando e rindo de qualquer bobagem. Me lembro que ríamos muito até chegarmos a uma esquina. Eu estava no lado de fora da calçada e Antônio Carlos do lado de dentro. Não sei de onde me surgiu um assombro, dei um grito e pulei para o meio da rua. Antonio Carlos, sem entender nada, pulou um muro baixo para dentro de uma casa. Na esquina, surgiu uma moça que, ao ver a nossa reação, retomou, correndo, pelo caminho que vinha. Até hoje não sei por que tive essa reação, assim como os outros dois protagonistas dessa história insana. Corremos assustados de algo que nunca ocorreu. Antonio Carlos não é mais vivo, a moça, nem sequer me lembro de sua aparência. E eu, sigo sem saber o que ocorreu e rindo sozinho quando me lembro desse episódio.
Comments