CONARH – 40 Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas
No período de 18 a 21 de agosto deste ano de 2014, ocorreu o “mega” evento CONARH – 40o Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, promovido pela ABRH – Associação Brasileira de Recursos Humanos.
Tive o privilégio de participar, pela primeira vez, desse evento que me fascinou.
Não apenas tratou-se de um evento de grandes proporções espaciais, como de grande diversidade de expositores e palestrantes de todo país e de fora dele.
As oportunidades foram tantas que fui obrigado a escolher o evento que participaria, pois, muitas vezes ocorriam eventos simultâneos, todos de elevada qualidade.
Fico com a sensação de “quero mais” e com pena das palestras que perdi.
Alguma coisa, entretanto, eu posso fazer: deixar o registro de anotações que fiz durante as palestras que assisti, para que, aqueles que não tiveram a minha sorte, possam desfrutar de algumas “pérolas” merecedoras de destaque e reflexão.
Seguem as palestras que selecionei, por ter participado delas, e as anotações que fiz.
AS ÚLTIMAS APLICAÇÕES DA NEUROCIÊNCIA E O IMPACTO NA PRODUTIVIDADE DAS EMPRESAS
Professor Luiz Vagner Righi
Dra. Ana Helena Altieri Nogueira Cobra
Estilo de Gestão Brasileiro
- liderança autoritária
- tende ao estilo modelador: gestor quer gente igual a ele
- empresas com excesso de regras, normas, procedimentos e regulamentos
- multinacionais instaladas no Brasil fazem prevalecer aspectos da cultura do país de origem
- exacerbada pressão no ambiente de trabalho, conservadorismo
70% dos trabalhadores apresentam stress.
A Ciência do Cérebro
o cérebro gera a mente – que gera o comportamento – que gera a produção
cérebro
hemisfério
direito
emocional – QE
sentimento (positivo) 75%
dispersão (negativo)
esquerdo
intelectual – QI
lógico (positivo) 5%
reclamador (negativo)
base: cerebelo
sistema límbico 20%
comportamento corporal sinestésico – QC (positivo)
gerador de stress (negativo)
fazer – agir – executar
(fonte: Gardner e Gregori)
Estágios:
1 - alarme (stress) - positivo
2 - resistência (stress crônico) - excelência: pouca - negativo
3 - exaustão (esgotamento) – excelência: nula - negativo
Efeitos do stress:
glândulas supra renais: mais adrenalina
vasos sanguíneos: contrição, diminuem de tamanho
Cérebro
menor irrigação de sangue
diminuição na memória
diminuição nas funções
aumento no sistema autônomo simpático e do instinto animal
O que fazer?
Resposta: Foco nas Pessoas
modelo mental: MODIFICAR (técnica e treniamento)
bloqueios pessoais: SUPERAR
bloqueios de ambiente: MELHORAR
Desafios da administração contemporânea:
- conciliar a gestão cartesiana com o ser humano
- desenvolver a sociedade
O ser humano não é cartesiano !
O SER INTERESSADO SE TORNA INTERESSANTE
Felipe Mello
Rir não é o mehor remédio, pois o riso pode representar o sarcasmo, a indiferença. “Amizade” é o melhor remédio.
É preciso semear talentos para promover bons encontros.
Mimimismo: reclamante, somente crítica negativa – anestesia – ausência de sentimento.
Estamos em alta velocidade, mas, qual é a direção?
“Tu que funda o Eu que fundamos o Nós” (Buber)
Ferramentas (QI) + Conexões Humanas (QE) = Realizações
comprimento africano: SAWABONA (eu te reconheço e te recebo), resposta: SHINKOBA (então, existo para você)
TENDÊNCIAS EM REMUNERAÇÃO
Leonardo Salgado
Paulo Saliby
Formação de sucessores: “A realização patrimonial dos altos executivos deve estar atrelada ao sucesso futuro do negócio, inclusive após a aposentadoria (janela de ouro).”
Desafios de Remuneração
- custos crescentes e redução de margens
- busca constante de produtividade
- pluralidade de opções no mercado, fortalecendo as demandas individuais e acelerando a redução da fidelidade dos clientes
Um modelo indexado é o que se observa no momento presente.
Propostas:
- Salários: exclusão dos executivos dos reajustes coletivos
- Curto prazo: migração para modelos de “bonus pool”, atrelados a resultados
- Longo prazo: outorgas individualizadas e não padronizadas, definidas como pool
Uma relação duradoura:
- plano de longo prazo – mecanismos de conexão com interesses dos acionistas e geração de resultados sustentáveis, (não se trata de um caminho simples).
Barreiras enfrentadas pelos investidores externos, no ambiente brasileiro:
- falta de clareza regulatória e tributária
- volatilidade do mercado
- mercado ainda em formação, reage rapidamente às condições externas
Futuro:
- portfólio de planos
- opção de planos
- clube de sócios e ou associados: escolha de pessoas com perfil de futuro, independente do cargo, hierarquia ou idade, que são convidados a participar
- planos para resgate pós aposentadoria ou desligamento
- planos que buscam eficiência e segurança tributária
- inclusão da voluntariedade, onerosidade e risco
- se tributado como salário, por que não migrar para cash plan?
IBC – INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING
SELF COACH
José Roberto Marques
Self Coach = co-criação
equilíbrio = cura
auto conhecimento é tudo
você é:
30% influenciado pela sua genética
20% influenciado pelo meio em que vive e viveu
50% resultado de suas escolhas – única parte que que pode assumir o controle
Base filosófica do IBC
- o ser humano, na essência, é LUZ
- LUZ: foco consciente e inconsciente de vibrar bem
- todos podem se programar: somos donos de nossa história
- todo comportamento tem intenção positiva
- psicologia positiva: pilar filosófico
- estrutura do pensamento é a nossa maior estrutura sistêmica – damos o nome de SELF
devemos nos perguntar: quando errei, qual a intenção positiva havia em minha intenção?
O Self é a melhor parte dentro de nós.
- Self 1: centro direcionador da consciência da cognição
- Self 2: centro direcionador da inconsciência, nossa luz, a transcendência das sombras
As empresas apresentam um Self Coletivo que é diferente da somatória de Selfs individuais.
Pirâmide do processo evolutivo
A “Crença é uma verdade individual” !
MOVIMENTOS DE MUDANÇAS NO BRASIL – A VOZ DO POVO NAS RUAS E OS IMPACTOS PARA AS ORGANIZAÇÕES
Demetrio Magnoli
Ciclo político
2003 a 2014 – PT se favorece com um cenário de forte crescimento dos países emergentes no mundo.
A razão disso seria o “fator China”, que promove uma explosão nas comodities, resultando em igual explosão nos investimentos internacionais, o que impulsionou o crescimento no Brasil.
O cenário brasileiro foi favorecido pelo equilíbrio econômico e com a lei de responsabilidade fiscal, heranças do Plano Real.
A democracia funciona e existe redução dos índices de pobreza: pacto da democracia.
O poder econômico se fundamenta no consumo e na expansão do crédito público e privado. Em especial, os planos de transferência de renda do governo federal (Bolsa Família). Esse poder econômico é combustível para o poder político.
Apesar do discurso do PT, de confronto com as antigas elites políticas, o que se vê é uma aliança a essas mesmas elites, dando sustentação ao poder político.
Constatação popular: “o novo virou velho”.
O Estado sustenta sindicatos, cooptando as instituições e mantendo sob controle as esquerdas.
O BNDES é usado para financiar a elite empresarial, numa coalizão política e econômica de grande impacto.
Os ciclos Lulo-Petistas:
- 2003 a 2006 – Paloci: o Banco Central financia o equilíbrio e o BNDES apoia as elites empresariais
- 2007 a 2014 – fenômeno do “mensalão” - Mantega e a expansão do crédito público e privado – crise de 2008 e o “boom” do crédito – 2010, segundo “boom” do cŕedito para fins eleitorais
Mensagem das ruas:
“sistema político em putrefação”
“não é pelos 20 centavos”
“escolas e hospitais “padrão FIFA”
As centelhas do movimento foram o aumento nas passagens de ônibus e a repressão policial exacerbada, mas as causas sustentaram-se na constatação popular de que o Estado não mais serve ao cidadão e passou a ser nocivo à sociedade.
Os alvos do movimento são todas as instituições governamentais, todas as autoridades, contra o Estado e contra as elites políticas.
Em 10 anos de poder, o PT promoveu o aumento nos bens de consumo privados, mas sucateou os serviços públicos básicos de saúde, educação e segurança – não foram gerados patrimônios públicos.
Apesar de forte no início, o movimento se dispersou e as passeatas diminuiram. Os vândalos afastaram o povo das ruas (ajudando as elites políticas no esvaziamento do movimento), pois, o povo não deseja a associação do movimento com essa forma de agressão pública. A polícia consegue conter os vândalos com vistas à realização da Copa do Mundo.
A leitura petista dos episódios leva aos “pactos de Dilma”.
Conclusões:
- acaba um ciclo econômico e político
- existem perspectivas de crise econômica iminente
- o retorno da inflação ocorre, resultado do aumento no consumo em paralelo com a queda na produtividade
- as tarifas de serviço estão sucateadas: em algum momento será necessário um “tarifaço” para recompor as empresas, como as do setor elétrico, por exemplo
- a inflação represada encontrará o seu caminho
- emprego e salários serão afetados
O fato de ainda haver um equilíbrio no emprego e na renda, o que de fato se extinguiré em breve, pode permitir que Dilma seja re-eleita.
Aécio Neves tem poucas chances, em função de seu discurso “mágico”.
A morte de Eduardo Campos traz Marina como opção aos antes indecisos, alinhando as intenções de voto com Dilma – a leitura do povo sobre Marina é de quem estaria “fora” do contexto político atual – isso explica sua ascenção.
O sucesso de Marina dar-se-á se conseguir refletir, em seu discurso, uma leitura correta dos movimentos ocorridos nas ruas, mas, perde as eleições se vier a se apoiar num discurso “salvador”.
As pesquisas mostram que quando Dilma sobe em intenções de voto, as ações caem na bolsa de valores, e vice-versa o os agentes econômicos entendem que a continuidade de Dilma no poder levará o país à estagnação.
O povo brasileiro dá seu recado, de que existe uma sociedade brasileira que não precisa de “rei” - precisa do Estado, mas não do “rei”.
Política não é administração, mas o equilíbrio entre o interesse em conciliar pensamentos divergentes. Resultados e gestão são matérias da administração.
A voz das ruas não se calaram: as respostas estão nas intenções de votos, neste momento, mas retornarão em outros episódios futuros, inevitavelmente.
SÓ HÁ FUTURO COM EDUCAÇÃO, NA EMPRESA E NA NAÇÃO
Hugo Pena Brandão
Os primeiros professores são os pais.
É preciso investir na base da educação, na gestão de pessoas e no combate à falta de professores no Brasil (e no mundo). Segundo a Unesco, serão necessários mais 8,4 milhões de professores no mundo até 2030.
Serão necessárias políticas de remuneração atrativas e investimentos em capacitação, além do apoio de tecnologia.
Foi apresentada iniciativa da secretaria de educação do estado do Amazonas, que utiliza a tecnologia de tele aulas para levar educação de qualidade a populações situadas em locais remotos no estado, com distâncias que podem chegar a 4 meses de viagem em barcos.
O Banco do Brasil apresentou sua experiência em Universidade Corporativa.
O conceito é focado no desenvolvimento de competências, que são resultado da soma de “conhecimentos”, “habilidades” e “atitudes”.
A aprendizagem leva à competência, que gera o desempenho.
A inovação baseia-se em:
- conteúdos mais complexos
- diversidade nas formas de aprender
- velocidade da aprendizagem
As modalidades compreendem o formal e o informal, o ensino presencial e à distância, o individual e o coletivo, em convivência harmônica e complementar.
Como curiosidade, foi mencionado que as salas de aulas apresentam papeis de parede onde se pode escrever, o que elimina a necessidade de flip chart.
O NOVO RETRATO SOCIAL DO BRASIL E SEU IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES
Renato Meirelles
Foram apresentados dados de pesquisa que demonstram o crescimento da renda média das famílias nos últimos 10 anos.
Existem evidências de que a renda das famílias tende a continuar em crescimento nos próximos anos.
44% das pessoas de classes A e B são filhos de famílias antes em classes infreiores. Isso cria um novo comportamento mercadológico: “bolso de classe A e cabeça de classe C”.
Existe uma elite pensando a classe média de forma equivocada, baseada em parâmetros que mudaram.
A chegada da nova classe média instiga preconceitos: “esse aeroporto mais parece uma rodoviária”.
O aumento na oferta de empregos mudou a relação de valores: salário não é o único atrativo, mas torna-se mais importante a avaliação dos benefícios oferecidos pelas empresas.
Na nova classe média, a geração atual estudou mais que os pais.
As atividades são diferenciadas, em função da idade: enquanto pessoas entre 48 e 60 anos é formada por trabalhadoras domésticas e empregados na construção civil, na faixa etária entre 18 e 30 anos as profissões são de vendedores e operadores de caixa, mesmo sendo essas atividades de remuneração menor. O que atrai não são os salários, mas a procura de uma atividade que permita o crescimento profissional.
A rotatividade: as pesquisas mostram que 44% dos jovens que estão no mercado de trabalham desejam mudar de emprego nos próximos meses e 82% desses desejam ter um negócio próprio. Os jovens desejam chances de promoção de projetos com maior autonomia. Os jovens não querem “chefes” e nem hierarquia. 80% deles são conectados às redes sociais.
Gestores analógicos x funcionários digitais.
Jovens da classe “C” contribuem com a renda familiar. As mulheres são mais escolarizadas e chefiam mais famílias. Apesar disso, ainda enfrentam uma sociedade machista.
O maior desafio para as empresas: alinhar o discurso e as ações para esse novo cenário.
RELAÇÕES DE CONFIANÇA
Julio Fiadi
Karina Oliani
Qual é o seu Everest?
Sugestão de leitura: Endurance, de Ernest Chacklenton.
Vale a pena conhecer a história vivida pelo navegador que nos ensina o poder da liderança diante de situações críticas e ameaçadoras:
https://www.youtube.com/watch?v=64XIK5_jy4A
Conheça mais sobre os palestrantes:
Julio Fiadi, o primeiro brasileiro a viajar aos dois polos:
http://www.juliofiadi.com.br/
Karina Oliani, a mais jovem brasileira a escalar o Everest:
http://karinaoliani.com.br/site/
“Só tentando o impossível se conhece os limites do possível.”
EMPRESAS SEM CHEFE: O DESAFIO DO RH NA VAGAS.COM
Érica Isomura
Alessandra Tomelin
Fator chave: manter o espírito de uma empresa pequena.
“Uma questão de vivência de valores compartilhados.”
Adotado o modelo horizontal como forma de proporcionar maior empoderamento das pessoas na equipe, que tomam decisões melhores para os clientes.
“Na Vagas eu faço o que eu quero, e tudo tem a ver com isso.”
Não existem níveis hierárquicos nem relação de mando, porém, há espaço para mais líderes que na estrutura hierárquica.
A gestão é baseada no consenso e pressupõe boa controvérsia e desapego.
Não existem metas e nem Budget anual a ser perseguido, mas os resultados são os melhores do setor.
A metodologia de gestão é focada nos resultados, com o mínimo de controle.
Todos tem a ver com isso:
- liberdade
- iniciativa
- autonomia
RH como Relações Humanas.
As cinco práticas mais expressivas:
1) Recrutamento e Seleção: RH conduz fases iniciais, mas as equipes contratam através de fóruns.
2) Feedback: é fornecido pela equipe em 45 e 90 dias. A metodologia inclui avaliações por post-its que são anexados com conceitos que são apresentados ao novo funcionário, que deve lê-los e colocar suas propostas de melhoria para os pontos fracos.
3) Remuneração e Avaliação: baseada em 4 eixos.
- eixo 1: visão de negócio
- eixo 2: vivência da cultura
- eixo 3: foco em resultados
- eixo 4: competência técnica
Justa internamente, competitiva externamente.
4) Cultura e Inovação: comitê multidisciplinar.
Semanalmente tem “PF” (Papo Furado), quando os funcionários trazem temas, muitas vezes fora de qualquer contexto, como estímulo à criatividade.
Também são realizadas festas temáticas, onde até mesmo uma tribo de índios foi trazida para vivência e troca de experiências. Visitas a cavernas, mergulhos e outras atividades são exploradas para conhecimento de situações e culturas alternativas.
5) Clima Organizacional.
O conceito é que o sucesso encontra-se em quem se realiza com o que faz.
Ambiente Equipe Empresa
de liberdade engajada mais forte
confiança criativa competitiva
respeito responsável eficiente
auto motivada
Quanto custa a competição interna?
Quanto custa tentar controlar as pessoas?
A MULHER, O TEMPO E AS ESCOLHAS
Maria Eduarda Kertesz – presidente Jhonson & Johnson
Claudia Sender – presidente da TAM
“Lideres não tem todas as respostas, também acordam de mau humor e erram de vez em quando.” Maria Eduarda
“Mudei de emprego para ganhar menos, quando me dei conta que chegou a hora de trabalhar por algo além de carreira e salário – o que me interessa é saber: qual o propósito do meu trabalho? Quero trabalhar em um trabalho mais responsável, ético e tendo um bem maior em mente.” Claudia.
“A mulher tem menos medo de ser humilde.” Claudia.
“A mulher é mais empática, sensível com as questões humanas e tem olhar mais holístico.” Maria.
Sobre o “propósito” das novas gerações: desejam deixar suas marcas e estão transcendendo a questão de gênero.
Sobre os momentos mais difíceis enfrentados, foram os momentos de decisão em demitir, pois as mulheres pensam mais nas famílias envolvidas no processo.
Sobre os erros que mais ensinaram:
“Ao assumir a presidência, tornei-me chefe de meus pares – achava que tinha que ter todas as respostas – tentei ser chefe quando deveria ser gestora e lider.” Claúdia.
“Deveria ter apreendido mais sobre áreas da empresa que desconheço.” Maria.
Sobre a inclusão das mulheres na empresa onde trabalham, houve consenso de que as empresas estão mais femininas mas ainda existem desafios a serem vencidos.
Claudia colocou a necessidade das mulheres em livrarem-se do sentimento de “culpa” pelas responsabilidades domésticas que devem ser compartilhadas com seus companheiros.
Ana finaliza com o pensamento: “mulheres: não tentem ser homens”, numa alusão ao modelo mental machista que influencia até mesmo o comportamento de certas executivas.
Ambas concordam em que deveriam haver mais estruturas e políticas públicas de apoio à mulher trabalhadora.
Sobre a criação de “cotas” para contratação de mulheres, Claudia mostrou-se contra, muito embora procure exigir que sejam chamadas mulheres quando da chamada de candidatos a qualquer vaga na TAM, complementando que existem muitas posições ocupadas em funções muitas vezes consideradas masculinas, como mecânicas e pilotos.
Ana defende a criação de cotas, pelo exemplo de países no exterior que tiveram sucesso com essa medida, mas considera que é uma medida de transição cultural, não devendo ser eternizada.
Foi perguntado às entrevistadas, se as empresas onde atuam oferecem programa de apoio à mulher que retorna da licença maternidade, ocasião em que está mais fragilizada e, muitas vezes, acaba por desistir de sua carreira, podendo vir a se arrependerem no futuro. Ambas consideram a questão importante e pretendem estudar essa hipótese, acrescentando que a mulher que retorna da licença maternidade deve contar com um incentivo baseado em desafios, sem imposições de limites pela sua nova situação.
CULTURA DE PROPÓSITO
Olga Martinez Garcia
Rob Morris
Propósito leva às seguintes perguntas com relação a alguma ação, ou, existência:
- porque existe?
- qual impacto provoca?
As organizações devem criar, pois, “significado” para os seus funcionários.
Tendo claro esse “significado”, deve mostrar, então, “coerência”.
Existem 4 forças chave nesse processo:
1) Transformação de empregados em líderes: a diferença entre empresas de alta performance das demais é que as primeiras desejam “mudar o mundo”, enquanto as últimas pretendem “servir ao mundo”.
Baixa Performance Alta Performance
razão razão
lógica inspiração
argumento de negócios emoção
2) Propósito revigorador: que mudança a empresa trará ao mundo?
“Líderes e seguidores estão, ambos, seguindo um líder invisível: o propósito comum.” Mary Parker Fallet
“Propósitos” levam a “significados”, que resultam em “performance”.
Devemos deixar claro aos funcionários a razão porque vêem trabalhar.
3) Demonstração de como o comportamento adotado levará a esse propósito.
4) Estar alerta: o sucesso no passado não garante o sucesso no futuro.
“Se eu estiver no meu melhor momento, serei melhor com os outros.”
Agenda
- definir o que é importante para mim
- inserir essa resposta em minha agenda (transformar em metas a serem alcançadas)
- o que sobrar, encaixo nas horas não preenchidas
Propósitos nos trazem a capacidade de investimento no que interessa e comprometimento com os resultados.
Liderança é o alinhamento entre o que “pensamos”, “falamos” e “fazemos”.
Sobre o futuro
O mundo já mudou. Pesquisas mostram que os jovens desejam trabalhar em grandes organizações, não querem hierarquias e tampouco horários rígidos.
As pessoas não querem mais duas vidas trabalho/família, mas uma vida integral, com propósito e com desejo de mudar o mundo.
“Não delegue seus propósitos”.
O INDIVÍDUO E SEUS PROPÓSITOS
Mario Sérgio Cortella
Cortella iniciou sua palestra lembrando que Raul Seixas completava mais um ano de sua morte, trazendo ao contexto uma de suas músicas mais conhecidas: “O Ouro de Tolos”.
Trouxe a discussão de que as pessoas, muitas vezes, vão atrás de falsas realizações, iludidas como ocorria quando os alquimistas produziam o falso ouro, ou o “Ouro de Tolos”. Iludem-se, pois, com suas carreiras, são iludidas pelas empresas onde trabalham e pelos negócios aos quais se relacionam.
Ressalta a importância de mudança no olhar para que seja seguido o fluxo de colocar claramente suas “intenções”, para que se definam os reais “propósitos” e, assim, se algussem as “percepções”.
Cita Carl Marx em sua definição de “alienação”: “aquilo que faço é estranho para mim, não me realizo e, portanto, não me aproprio.”
Tal como no “Fordismo”, distraímo-nos com o trabalho sem sentido, sem propósito.
Augostinho (Santo): “não sacia a fome quem lambe o pão pintado”.
Cortella cita a obra “Alice no país das maravilhas” e suas influências no filmeMatrix, em seu primeiro roteito, relacionando o coelho, o gato, a rainha e Alice. O coelho aparece sempre correndo, mostrando que o tempo passa, mas nunca se percebe a razão de sua pressa. A rainha assiste a uma execução, em que o réu será executado sem que se saiba o motivo: “primeiro executamos, depois se dará o julgamento e, por fim, o verdicto.”. Quando Alice diz que não existe sentido lógico nessa sequencia, a rainha responde que não é necessária coerência, mas seguir às regras. O gato aparece por duas ocasiões na peça: na primeira, nada diz. Na segunda, Alice pede a ele que lhe informe o caminho, ao qual ele então pergunta: “para onde você quer ir?”. Alice responde que não sabe, pois está perdida, ao que o gato responde que: “para quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho é serve”.
Matrix representa a descoberta de um mundo real insuportável e o dilema dos personagens em decidir se seria melhor viver a ilusão ou enfrentar essa realidade, o que os obrigariam a lutar por uma mudança.
Nossos propósitos são a fonte de nossa animação.
Cortella faz, entretanto, ressalvas com relação às novas gerações, que carecem de percepção sobre a responsabilidade pelas escolhas e as dificuldades necessárias em alcançá-las. Existe um preço a ser pago, pois, estou feliz em seguir no rumo que escolhi, mas sei que terei que enfrentar dificuldades no caminho: “Faço o que eu gosto, que é ser professor e palestrante, mas não gosto de corrigir provas. Entretanto, sei que, quando corrijo as provas, tenho a oportunidade de avaliar o meu trabalho, pois, se meus alunos apresentarem baixas notas, é porque estou errando em minha didática.”
Sonhos e propósitos exigem esforços – devemos buscar resultados com propósitos mas sem “edonismo”. Cortella alerta para o edonismo, que pode afastar-nos dos propósitos que desejamos.
Emprego é fonte de renda, trabalho é fonte de vida.
Trabalho cansa, emprego estressa.
“Com clareza de propósitos, você se cansa, mas não se estressa.”
“Se quiser ir apenas rápido, vá sozinho – se quiser ir longe, vá com alguém.” (provérbio africano)
“O importante é ter, sem que o ter te tenha.” (Millor Fernandes)
SUSTENTABILIDADE DA LIDERANÇA
David Ulrich
Líderes devem ter atitudes coerentes. Funcionários mais produtivos fazem o que os líderes fazem,
Investidores procuram empresas com melhores líderes.
A marca da liderança: quando fazemos o que prometemos aos nossos clientes.
Líderes tem que ser executores.
Sete práticas sustentáveis de liderança:
1) Simplicity - Simplicidade;
2) Time - Tempo (calendário);
3) Accountabillity - Responsabilidade assumida publicamente;
4) Ressources - Recursos: apoio para que os objetivos sejam atingidos;
5) Tracking - Monitoramento e análise: meça suas intenções e resultados em diferentes formas;
6) Melliorate - Melhoria contínua: perseverança, garra;
7) Emotion - Emoção.
O que você quer?
A quem você serve?
Como você cria isso?
A VIDA É O NOSSO PALCO PARA OUSAR, INOVAR E PERFORMAR
Walcyr Carrasco
Viviane Mosé
Existem esferas de experiência que te lançam à sobrevivência, somente a ficção te lança à vida.
O mais elaborado estágio que o ser humano pode alcançar: o inútil, a ficção e o lúdico.
O grande valor cristão é a cruz – baseia-se, portanto, no sofrimento, que é colocado como virtude. Porém, a mensagem cristã não é a cruz, mas o renascimento.
“O homem precisa de algum conhecimento para sobreviver, mas para viver, é preciso arte.”
Nossa educação baseia-se na repetição: deveria basear-se na interpretação.
Proposta para uma agenda escolar:
- língua materna;
- matemática;
- “arte”, desenvolvimento da criatividade – tornar a vida mais alegre.
Além da arte, precisamos de “preguiça” - às vezes, á nos momentos de preguiça que você se recria.
O sucesso advém pela coragem de errar.
Tive o privilégio de participar, pela primeira vez, desse evento que me fascinou.
Não apenas tratou-se de um evento de grandes proporções espaciais, como de grande diversidade de expositores e palestrantes de todo país e de fora dele.
As oportunidades foram tantas que fui obrigado a escolher o evento que participaria, pois, muitas vezes ocorriam eventos simultâneos, todos de elevada qualidade.
Fico com a sensação de “quero mais” e com pena das palestras que perdi.
Alguma coisa, entretanto, eu posso fazer: deixar o registro de anotações que fiz durante as palestras que assisti, para que, aqueles que não tiveram a minha sorte, possam desfrutar de algumas “pérolas” merecedoras de destaque e reflexão.
Seguem as palestras que selecionei, por ter participado delas, e as anotações que fiz.
AS ÚLTIMAS APLICAÇÕES DA NEUROCIÊNCIA E O IMPACTO NA PRODUTIVIDADE DAS EMPRESAS
Professor Luiz Vagner Righi
Dra. Ana Helena Altieri Nogueira Cobra
Estilo de Gestão Brasileiro
- liderança autoritária
- tende ao estilo modelador: gestor quer gente igual a ele
- empresas com excesso de regras, normas, procedimentos e regulamentos
- multinacionais instaladas no Brasil fazem prevalecer aspectos da cultura do país de origem
- exacerbada pressão no ambiente de trabalho, conservadorismo
70% dos trabalhadores apresentam stress.
A Ciência do Cérebro
o cérebro gera a mente – que gera o comportamento – que gera a produção
cérebro
hemisfério
direito
emocional – QE
sentimento (positivo) 75%
dispersão (negativo)
esquerdo
intelectual – QI
lógico (positivo) 5%
reclamador (negativo)
base: cerebelo
sistema límbico 20%
comportamento corporal sinestésico – QC (positivo)
gerador de stress (negativo)
fazer – agir – executar
(fonte: Gardner e Gregori)
Estágios:
1 - alarme (stress) - positivo
2 - resistência (stress crônico) - excelência: pouca - negativo
3 - exaustão (esgotamento) – excelência: nula - negativo
Efeitos do stress:
glândulas supra renais: mais adrenalina
vasos sanguíneos: contrição, diminuem de tamanho
Cérebro
menor irrigação de sangue
diminuição na memória
diminuição nas funções
aumento no sistema autônomo simpático e do instinto animal
O que fazer?
Resposta: Foco nas Pessoas
modelo mental: MODIFICAR (técnica e treniamento)
bloqueios pessoais: SUPERAR
bloqueios de ambiente: MELHORAR
Desafios da administração contemporânea:
- conciliar a gestão cartesiana com o ser humano
- desenvolver a sociedade
O ser humano não é cartesiano !
O SER INTERESSADO SE TORNA INTERESSANTE
Felipe Mello
Rir não é o mehor remédio, pois o riso pode representar o sarcasmo, a indiferença. “Amizade” é o melhor remédio.
É preciso semear talentos para promover bons encontros.
Mimimismo: reclamante, somente crítica negativa – anestesia – ausência de sentimento.
Estamos em alta velocidade, mas, qual é a direção?
“Tu que funda o Eu que fundamos o Nós” (Buber)
Ferramentas (QI) + Conexões Humanas (QE) = Realizações
comprimento africano: SAWABONA (eu te reconheço e te recebo), resposta: SHINKOBA (então, existo para você)
TENDÊNCIAS EM REMUNERAÇÃO
Leonardo Salgado
Paulo Saliby
Formação de sucessores: “A realização patrimonial dos altos executivos deve estar atrelada ao sucesso futuro do negócio, inclusive após a aposentadoria (janela de ouro).”
Desafios de Remuneração
- custos crescentes e redução de margens
- busca constante de produtividade
- pluralidade de opções no mercado, fortalecendo as demandas individuais e acelerando a redução da fidelidade dos clientes
Um modelo indexado é o que se observa no momento presente.
Propostas:
- Salários: exclusão dos executivos dos reajustes coletivos
- Curto prazo: migração para modelos de “bonus pool”, atrelados a resultados
- Longo prazo: outorgas individualizadas e não padronizadas, definidas como pool
Uma relação duradoura:
- plano de longo prazo – mecanismos de conexão com interesses dos acionistas e geração de resultados sustentáveis, (não se trata de um caminho simples).
Barreiras enfrentadas pelos investidores externos, no ambiente brasileiro:
- falta de clareza regulatória e tributária
- volatilidade do mercado
- mercado ainda em formação, reage rapidamente às condições externas
Futuro:
- portfólio de planos
- opção de planos
- clube de sócios e ou associados: escolha de pessoas com perfil de futuro, independente do cargo, hierarquia ou idade, que são convidados a participar
- planos para resgate pós aposentadoria ou desligamento
- planos que buscam eficiência e segurança tributária
- inclusão da voluntariedade, onerosidade e risco
- se tributado como salário, por que não migrar para cash plan?
IBC – INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING
SELF COACH
José Roberto Marques
Self Coach = co-criação
equilíbrio = cura
auto conhecimento é tudo
você é:
30% influenciado pela sua genética
20% influenciado pelo meio em que vive e viveu
50% resultado de suas escolhas – única parte que que pode assumir o controle
Base filosófica do IBC
- o ser humano, na essência, é LUZ
- LUZ: foco consciente e inconsciente de vibrar bem
- todos podem se programar: somos donos de nossa história
- todo comportamento tem intenção positiva
- psicologia positiva: pilar filosófico
- estrutura do pensamento é a nossa maior estrutura sistêmica – damos o nome de SELF
devemos nos perguntar: quando errei, qual a intenção positiva havia em minha intenção?
O Self é a melhor parte dentro de nós.
- Self 1: centro direcionador da consciência da cognição
- Self 2: centro direcionador da inconsciência, nossa luz, a transcendência das sombras
As empresas apresentam um Self Coletivo que é diferente da somatória de Selfs individuais.
Pirâmide do processo evolutivo
A “Crença é uma verdade individual” !
MOVIMENTOS DE MUDANÇAS NO BRASIL – A VOZ DO POVO NAS RUAS E OS IMPACTOS PARA AS ORGANIZAÇÕES
Demetrio Magnoli
Ciclo político
2003 a 2014 – PT se favorece com um cenário de forte crescimento dos países emergentes no mundo.
A razão disso seria o “fator China”, que promove uma explosão nas comodities, resultando em igual explosão nos investimentos internacionais, o que impulsionou o crescimento no Brasil.
O cenário brasileiro foi favorecido pelo equilíbrio econômico e com a lei de responsabilidade fiscal, heranças do Plano Real.
A democracia funciona e existe redução dos índices de pobreza: pacto da democracia.
O poder econômico se fundamenta no consumo e na expansão do crédito público e privado. Em especial, os planos de transferência de renda do governo federal (Bolsa Família). Esse poder econômico é combustível para o poder político.
Apesar do discurso do PT, de confronto com as antigas elites políticas, o que se vê é uma aliança a essas mesmas elites, dando sustentação ao poder político.
Constatação popular: “o novo virou velho”.
O Estado sustenta sindicatos, cooptando as instituições e mantendo sob controle as esquerdas.
O BNDES é usado para financiar a elite empresarial, numa coalizão política e econômica de grande impacto.
Os ciclos Lulo-Petistas:
- 2003 a 2006 – Paloci: o Banco Central financia o equilíbrio e o BNDES apoia as elites empresariais
- 2007 a 2014 – fenômeno do “mensalão” - Mantega e a expansão do crédito público e privado – crise de 2008 e o “boom” do crédito – 2010, segundo “boom” do cŕedito para fins eleitorais
Mensagem das ruas:
“sistema político em putrefação”
“não é pelos 20 centavos”
“escolas e hospitais “padrão FIFA”
As centelhas do movimento foram o aumento nas passagens de ônibus e a repressão policial exacerbada, mas as causas sustentaram-se na constatação popular de que o Estado não mais serve ao cidadão e passou a ser nocivo à sociedade.
Os alvos do movimento são todas as instituições governamentais, todas as autoridades, contra o Estado e contra as elites políticas.
Em 10 anos de poder, o PT promoveu o aumento nos bens de consumo privados, mas sucateou os serviços públicos básicos de saúde, educação e segurança – não foram gerados patrimônios públicos.
Apesar de forte no início, o movimento se dispersou e as passeatas diminuiram. Os vândalos afastaram o povo das ruas (ajudando as elites políticas no esvaziamento do movimento), pois, o povo não deseja a associação do movimento com essa forma de agressão pública. A polícia consegue conter os vândalos com vistas à realização da Copa do Mundo.
A leitura petista dos episódios leva aos “pactos de Dilma”.
Conclusões:
- acaba um ciclo econômico e político
- existem perspectivas de crise econômica iminente
- o retorno da inflação ocorre, resultado do aumento no consumo em paralelo com a queda na produtividade
- as tarifas de serviço estão sucateadas: em algum momento será necessário um “tarifaço” para recompor as empresas, como as do setor elétrico, por exemplo
- a inflação represada encontrará o seu caminho
- emprego e salários serão afetados
O fato de ainda haver um equilíbrio no emprego e na renda, o que de fato se extinguiré em breve, pode permitir que Dilma seja re-eleita.
Aécio Neves tem poucas chances, em função de seu discurso “mágico”.
A morte de Eduardo Campos traz Marina como opção aos antes indecisos, alinhando as intenções de voto com Dilma – a leitura do povo sobre Marina é de quem estaria “fora” do contexto político atual – isso explica sua ascenção.
O sucesso de Marina dar-se-á se conseguir refletir, em seu discurso, uma leitura correta dos movimentos ocorridos nas ruas, mas, perde as eleições se vier a se apoiar num discurso “salvador”.
As pesquisas mostram que quando Dilma sobe em intenções de voto, as ações caem na bolsa de valores, e vice-versa o os agentes econômicos entendem que a continuidade de Dilma no poder levará o país à estagnação.
O povo brasileiro dá seu recado, de que existe uma sociedade brasileira que não precisa de “rei” - precisa do Estado, mas não do “rei”.
Política não é administração, mas o equilíbrio entre o interesse em conciliar pensamentos divergentes. Resultados e gestão são matérias da administração.
A voz das ruas não se calaram: as respostas estão nas intenções de votos, neste momento, mas retornarão em outros episódios futuros, inevitavelmente.
SÓ HÁ FUTURO COM EDUCAÇÃO, NA EMPRESA E NA NAÇÃO
Hugo Pena Brandão
Os primeiros professores são os pais.
É preciso investir na base da educação, na gestão de pessoas e no combate à falta de professores no Brasil (e no mundo). Segundo a Unesco, serão necessários mais 8,4 milhões de professores no mundo até 2030.
Serão necessárias políticas de remuneração atrativas e investimentos em capacitação, além do apoio de tecnologia.
Foi apresentada iniciativa da secretaria de educação do estado do Amazonas, que utiliza a tecnologia de tele aulas para levar educação de qualidade a populações situadas em locais remotos no estado, com distâncias que podem chegar a 4 meses de viagem em barcos.
O Banco do Brasil apresentou sua experiência em Universidade Corporativa.
O conceito é focado no desenvolvimento de competências, que são resultado da soma de “conhecimentos”, “habilidades” e “atitudes”.
A aprendizagem leva à competência, que gera o desempenho.
A inovação baseia-se em:
- conteúdos mais complexos
- diversidade nas formas de aprender
- velocidade da aprendizagem
As modalidades compreendem o formal e o informal, o ensino presencial e à distância, o individual e o coletivo, em convivência harmônica e complementar.
Como curiosidade, foi mencionado que as salas de aulas apresentam papeis de parede onde se pode escrever, o que elimina a necessidade de flip chart.
O NOVO RETRATO SOCIAL DO BRASIL E SEU IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES
Renato Meirelles
Foram apresentados dados de pesquisa que demonstram o crescimento da renda média das famílias nos últimos 10 anos.
Existem evidências de que a renda das famílias tende a continuar em crescimento nos próximos anos.
44% das pessoas de classes A e B são filhos de famílias antes em classes infreiores. Isso cria um novo comportamento mercadológico: “bolso de classe A e cabeça de classe C”.
Existe uma elite pensando a classe média de forma equivocada, baseada em parâmetros que mudaram.
A chegada da nova classe média instiga preconceitos: “esse aeroporto mais parece uma rodoviária”.
O aumento na oferta de empregos mudou a relação de valores: salário não é o único atrativo, mas torna-se mais importante a avaliação dos benefícios oferecidos pelas empresas.
Na nova classe média, a geração atual estudou mais que os pais.
As atividades são diferenciadas, em função da idade: enquanto pessoas entre 48 e 60 anos é formada por trabalhadoras domésticas e empregados na construção civil, na faixa etária entre 18 e 30 anos as profissões são de vendedores e operadores de caixa, mesmo sendo essas atividades de remuneração menor. O que atrai não são os salários, mas a procura de uma atividade que permita o crescimento profissional.
A rotatividade: as pesquisas mostram que 44% dos jovens que estão no mercado de trabalham desejam mudar de emprego nos próximos meses e 82% desses desejam ter um negócio próprio. Os jovens desejam chances de promoção de projetos com maior autonomia. Os jovens não querem “chefes” e nem hierarquia. 80% deles são conectados às redes sociais.
Gestores analógicos x funcionários digitais.
Jovens da classe “C” contribuem com a renda familiar. As mulheres são mais escolarizadas e chefiam mais famílias. Apesar disso, ainda enfrentam uma sociedade machista.
O maior desafio para as empresas: alinhar o discurso e as ações para esse novo cenário.
RELAÇÕES DE CONFIANÇA
Julio Fiadi
Karina Oliani
Qual é o seu Everest?
Sugestão de leitura: Endurance, de Ernest Chacklenton.
Vale a pena conhecer a história vivida pelo navegador que nos ensina o poder da liderança diante de situações críticas e ameaçadoras:
https://www.youtube.com/watch?v=64XIK5_jy4A
Conheça mais sobre os palestrantes:
Julio Fiadi, o primeiro brasileiro a viajar aos dois polos:
http://www.juliofiadi.com.br/
Karina Oliani, a mais jovem brasileira a escalar o Everest:
http://karinaoliani.com.br/site/
“Só tentando o impossível se conhece os limites do possível.”
EMPRESAS SEM CHEFE: O DESAFIO DO RH NA VAGAS.COM
Érica Isomura
Alessandra Tomelin
Fator chave: manter o espírito de uma empresa pequena.
“Uma questão de vivência de valores compartilhados.”
Adotado o modelo horizontal como forma de proporcionar maior empoderamento das pessoas na equipe, que tomam decisões melhores para os clientes.
“Na Vagas eu faço o que eu quero, e tudo tem a ver com isso.”
Não existem níveis hierárquicos nem relação de mando, porém, há espaço para mais líderes que na estrutura hierárquica.
A gestão é baseada no consenso e pressupõe boa controvérsia e desapego.
Não existem metas e nem Budget anual a ser perseguido, mas os resultados são os melhores do setor.
A metodologia de gestão é focada nos resultados, com o mínimo de controle.
Todos tem a ver com isso:
- liberdade
- iniciativa
- autonomia
RH como Relações Humanas.
As cinco práticas mais expressivas:
1) Recrutamento e Seleção: RH conduz fases iniciais, mas as equipes contratam através de fóruns.
2) Feedback: é fornecido pela equipe em 45 e 90 dias. A metodologia inclui avaliações por post-its que são anexados com conceitos que são apresentados ao novo funcionário, que deve lê-los e colocar suas propostas de melhoria para os pontos fracos.
3) Remuneração e Avaliação: baseada em 4 eixos.
- eixo 1: visão de negócio
- eixo 2: vivência da cultura
- eixo 3: foco em resultados
- eixo 4: competência técnica
Justa internamente, competitiva externamente.
4) Cultura e Inovação: comitê multidisciplinar.
Semanalmente tem “PF” (Papo Furado), quando os funcionários trazem temas, muitas vezes fora de qualquer contexto, como estímulo à criatividade.
Também são realizadas festas temáticas, onde até mesmo uma tribo de índios foi trazida para vivência e troca de experiências. Visitas a cavernas, mergulhos e outras atividades são exploradas para conhecimento de situações e culturas alternativas.
5) Clima Organizacional.
O conceito é que o sucesso encontra-se em quem se realiza com o que faz.
Ambiente Equipe Empresa
de liberdade engajada mais forte
confiança criativa competitiva
respeito responsável eficiente
auto motivada
Quanto custa a competição interna?
Quanto custa tentar controlar as pessoas?
A MULHER, O TEMPO E AS ESCOLHAS
Maria Eduarda Kertesz – presidente Jhonson & Johnson
Claudia Sender – presidente da TAM
“Lideres não tem todas as respostas, também acordam de mau humor e erram de vez em quando.” Maria Eduarda
“Mudei de emprego para ganhar menos, quando me dei conta que chegou a hora de trabalhar por algo além de carreira e salário – o que me interessa é saber: qual o propósito do meu trabalho? Quero trabalhar em um trabalho mais responsável, ético e tendo um bem maior em mente.” Claudia.
“A mulher tem menos medo de ser humilde.” Claudia.
“A mulher é mais empática, sensível com as questões humanas e tem olhar mais holístico.” Maria.
Sobre o “propósito” das novas gerações: desejam deixar suas marcas e estão transcendendo a questão de gênero.
Sobre os momentos mais difíceis enfrentados, foram os momentos de decisão em demitir, pois as mulheres pensam mais nas famílias envolvidas no processo.
Sobre os erros que mais ensinaram:
“Ao assumir a presidência, tornei-me chefe de meus pares – achava que tinha que ter todas as respostas – tentei ser chefe quando deveria ser gestora e lider.” Claúdia.
“Deveria ter apreendido mais sobre áreas da empresa que desconheço.” Maria.
Sobre a inclusão das mulheres na empresa onde trabalham, houve consenso de que as empresas estão mais femininas mas ainda existem desafios a serem vencidos.
Claudia colocou a necessidade das mulheres em livrarem-se do sentimento de “culpa” pelas responsabilidades domésticas que devem ser compartilhadas com seus companheiros.
Ana finaliza com o pensamento: “mulheres: não tentem ser homens”, numa alusão ao modelo mental machista que influencia até mesmo o comportamento de certas executivas.
Ambas concordam em que deveriam haver mais estruturas e políticas públicas de apoio à mulher trabalhadora.
Sobre a criação de “cotas” para contratação de mulheres, Claudia mostrou-se contra, muito embora procure exigir que sejam chamadas mulheres quando da chamada de candidatos a qualquer vaga na TAM, complementando que existem muitas posições ocupadas em funções muitas vezes consideradas masculinas, como mecânicas e pilotos.
Ana defende a criação de cotas, pelo exemplo de países no exterior que tiveram sucesso com essa medida, mas considera que é uma medida de transição cultural, não devendo ser eternizada.
Foi perguntado às entrevistadas, se as empresas onde atuam oferecem programa de apoio à mulher que retorna da licença maternidade, ocasião em que está mais fragilizada e, muitas vezes, acaba por desistir de sua carreira, podendo vir a se arrependerem no futuro. Ambas consideram a questão importante e pretendem estudar essa hipótese, acrescentando que a mulher que retorna da licença maternidade deve contar com um incentivo baseado em desafios, sem imposições de limites pela sua nova situação.
CULTURA DE PROPÓSITO
Olga Martinez Garcia
Rob Morris
Propósito leva às seguintes perguntas com relação a alguma ação, ou, existência:
- porque existe?
- qual impacto provoca?
As organizações devem criar, pois, “significado” para os seus funcionários.
Tendo claro esse “significado”, deve mostrar, então, “coerência”.
Existem 4 forças chave nesse processo:
1) Transformação de empregados em líderes: a diferença entre empresas de alta performance das demais é que as primeiras desejam “mudar o mundo”, enquanto as últimas pretendem “servir ao mundo”.
Baixa Performance Alta Performance
razão razão
lógica inspiração
argumento de negócios emoção
2) Propósito revigorador: que mudança a empresa trará ao mundo?
“Líderes e seguidores estão, ambos, seguindo um líder invisível: o propósito comum.” Mary Parker Fallet
“Propósitos” levam a “significados”, que resultam em “performance”.
Devemos deixar claro aos funcionários a razão porque vêem trabalhar.
3) Demonstração de como o comportamento adotado levará a esse propósito.
4) Estar alerta: o sucesso no passado não garante o sucesso no futuro.
“Se eu estiver no meu melhor momento, serei melhor com os outros.”
Agenda
- definir o que é importante para mim
- inserir essa resposta em minha agenda (transformar em metas a serem alcançadas)
- o que sobrar, encaixo nas horas não preenchidas
Propósitos nos trazem a capacidade de investimento no que interessa e comprometimento com os resultados.
Liderança é o alinhamento entre o que “pensamos”, “falamos” e “fazemos”.
Sobre o futuro
O mundo já mudou. Pesquisas mostram que os jovens desejam trabalhar em grandes organizações, não querem hierarquias e tampouco horários rígidos.
As pessoas não querem mais duas vidas trabalho/família, mas uma vida integral, com propósito e com desejo de mudar o mundo.
“Não delegue seus propósitos”.
O INDIVÍDUO E SEUS PROPÓSITOS
Mario Sérgio Cortella
Cortella iniciou sua palestra lembrando que Raul Seixas completava mais um ano de sua morte, trazendo ao contexto uma de suas músicas mais conhecidas: “O Ouro de Tolos”.
Trouxe a discussão de que as pessoas, muitas vezes, vão atrás de falsas realizações, iludidas como ocorria quando os alquimistas produziam o falso ouro, ou o “Ouro de Tolos”. Iludem-se, pois, com suas carreiras, são iludidas pelas empresas onde trabalham e pelos negócios aos quais se relacionam.
Ressalta a importância de mudança no olhar para que seja seguido o fluxo de colocar claramente suas “intenções”, para que se definam os reais “propósitos” e, assim, se algussem as “percepções”.
Cita Carl Marx em sua definição de “alienação”: “aquilo que faço é estranho para mim, não me realizo e, portanto, não me aproprio.”
Tal como no “Fordismo”, distraímo-nos com o trabalho sem sentido, sem propósito.
Augostinho (Santo): “não sacia a fome quem lambe o pão pintado”.
Cortella cita a obra “Alice no país das maravilhas” e suas influências no filmeMatrix, em seu primeiro roteito, relacionando o coelho, o gato, a rainha e Alice. O coelho aparece sempre correndo, mostrando que o tempo passa, mas nunca se percebe a razão de sua pressa. A rainha assiste a uma execução, em que o réu será executado sem que se saiba o motivo: “primeiro executamos, depois se dará o julgamento e, por fim, o verdicto.”. Quando Alice diz que não existe sentido lógico nessa sequencia, a rainha responde que não é necessária coerência, mas seguir às regras. O gato aparece por duas ocasiões na peça: na primeira, nada diz. Na segunda, Alice pede a ele que lhe informe o caminho, ao qual ele então pergunta: “para onde você quer ir?”. Alice responde que não sabe, pois está perdida, ao que o gato responde que: “para quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho é serve”.
Matrix representa a descoberta de um mundo real insuportável e o dilema dos personagens em decidir se seria melhor viver a ilusão ou enfrentar essa realidade, o que os obrigariam a lutar por uma mudança.
Nossos propósitos são a fonte de nossa animação.
Cortella faz, entretanto, ressalvas com relação às novas gerações, que carecem de percepção sobre a responsabilidade pelas escolhas e as dificuldades necessárias em alcançá-las. Existe um preço a ser pago, pois, estou feliz em seguir no rumo que escolhi, mas sei que terei que enfrentar dificuldades no caminho: “Faço o que eu gosto, que é ser professor e palestrante, mas não gosto de corrigir provas. Entretanto, sei que, quando corrijo as provas, tenho a oportunidade de avaliar o meu trabalho, pois, se meus alunos apresentarem baixas notas, é porque estou errando em minha didática.”
Sonhos e propósitos exigem esforços – devemos buscar resultados com propósitos mas sem “edonismo”. Cortella alerta para o edonismo, que pode afastar-nos dos propósitos que desejamos.
Emprego é fonte de renda, trabalho é fonte de vida.
Trabalho cansa, emprego estressa.
“Com clareza de propósitos, você se cansa, mas não se estressa.”
“Se quiser ir apenas rápido, vá sozinho – se quiser ir longe, vá com alguém.” (provérbio africano)
“O importante é ter, sem que o ter te tenha.” (Millor Fernandes)
SUSTENTABILIDADE DA LIDERANÇA
David Ulrich
Líderes devem ter atitudes coerentes. Funcionários mais produtivos fazem o que os líderes fazem,
Investidores procuram empresas com melhores líderes.
A marca da liderança: quando fazemos o que prometemos aos nossos clientes.
Líderes tem que ser executores.
Sete práticas sustentáveis de liderança:
1) Simplicity - Simplicidade;
2) Time - Tempo (calendário);
3) Accountabillity - Responsabilidade assumida publicamente;
4) Ressources - Recursos: apoio para que os objetivos sejam atingidos;
5) Tracking - Monitoramento e análise: meça suas intenções e resultados em diferentes formas;
6) Melliorate - Melhoria contínua: perseverança, garra;
7) Emotion - Emoção.
O que você quer?
A quem você serve?
Como você cria isso?
A VIDA É O NOSSO PALCO PARA OUSAR, INOVAR E PERFORMAR
Walcyr Carrasco
Viviane Mosé
Existem esferas de experiência que te lançam à sobrevivência, somente a ficção te lança à vida.
O mais elaborado estágio que o ser humano pode alcançar: o inútil, a ficção e o lúdico.
O grande valor cristão é a cruz – baseia-se, portanto, no sofrimento, que é colocado como virtude. Porém, a mensagem cristã não é a cruz, mas o renascimento.
“O homem precisa de algum conhecimento para sobreviver, mas para viver, é preciso arte.”
Nossa educação baseia-se na repetição: deveria basear-se na interpretação.
Proposta para uma agenda escolar:
- língua materna;
- matemática;
- “arte”, desenvolvimento da criatividade – tornar a vida mais alegre.
Além da arte, precisamos de “preguiça” - às vezes, á nos momentos de preguiça que você se recria.
O sucesso advém pela coragem de errar.
Comments
o tema é Recursos Humanos e o foco as relações humanas
é o maior evento da América Latina e o segundo maior do mundo
alguns palestrantes doaram livros no fim de suas palestras e eu os estou devorando