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Showing posts from 2014

O PESO DO TEMPO

O momento atual traz-me reflexões acerca da ação do tempo. Esse tema, que sempre me causou inquietação, por estar sempre nos levando aonde quer, na velocidade imposta, mas, ainda assim, de extrema democracia e justiça, visto que age para todos e de forma idêntica. Ainda que alguns recorram às aparências, e enganem tantos com uma falsa imagem de eternidade, o calendário não muda sua condição finita e de degradação crescente. Mas, sobre o tempo, podemos discorrer diversos subtemas: eu escolho hoje o peso que impõe com o passar dos anos. Esse “peso” que nos cai nos ombros é trazido pela percepção progressiva de que estamos nos tornando desajustados. O desajuste dá-se pela opção que podemos fazer sobre nossa forma de agir, pensar e de visão de mundo. Isso mesmo: tomamos a liberdade de “pensar” o mundo e a vida sob a luz de nossas próprias reflexões, adquiridas com o tempo vivido, outra vez o “tempo”, ora pesado, ora construtor de consciência. Vivemos parte de nossas vidas tomando

O que é a “Cultura Surda”?

 “temos o direito de ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza, e o direito de ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza.” Santos (1995) [1] A resposta não é rápida, muito menos simples. O texto a seguir, extraído de página virtual do Curso EAD de Graduação em Pedagogia-Licenciatura da UFRGS, traz algumas definições: Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo    a fim de se torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas     percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas             e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua,     as idéias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo. Descreve a       pesquisadora surda:       [...] As identidades surdas são construídas dentro das representações  possíveis da cultura               surda, elas moldam-se de acordo com maior ou  menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. E den

A INSUSTENTÁVEL VOLATILIDADE DO SER

Na contemporaneidade, vivemos um carrossel de conceitos e, por conseguinte, temos reações e comportamentos nem sempre previsíveis. As recentes pesquisas eleitorais podem ter sido vítimas desse comportamento volátil. Mas, quais seriam as bases dessa volatilidade? Coloco aqui meu pensamento, que não tem nenhum fundamento científico, mas apenas as minhas percepções. Minha geração assistiu a decida do primeiro astronauta na Lua: me lembro de ter visto numa TV em preto e branco. Sonhávamos com o ano 2000, quando a ciência certamente teria descoberto a cura para todas as doenças, nossos passeios de férias seriam interplanetários e os automóveis sairiam do chão, tornando-se semelhantes a discos-voadores (alguém se lembra dos Jetsons, desenho animado futurista que era exibido na TV nos programas infantis das décadas de 70 a 80?). Minha geração encontrou um ano 2000 de ameaças de destruição global, de doenças novas ameaçadoras e incuráveis, de crise social, desemprego. A c

FEIRA DO PRÍNCIPE: A Volta da Feira de Artesanato à Rua do Pŕincipe

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Em 19 de março de 2013, publiquei um resumo da dissertação que fiz sobre a Feira de Artesanato na Rua do Príncipe (Joinville/SC).  Em 1986, um calçadão foi construído naquela rua, sendo reivindicado pelos artesãos, que passaram a ocupar o espaço com a intalação da Feira de Artesanato.  Em 2004, entretanto, o mesmo calçadão é destruído, sob discursos semelhantes por parte do poder público que curvou-se, nos dois momentos, a pressões de grupos organizados e com objetivos em rota de colisão - Ajart x CDL ( http://abeidresume.blogspot.com.br/2013/03/uma-rua-em-disputa-rua-do-principe.html ). O ano de 2014 trouxe de volta a Feira de Artesanato à Rua do Príncipe, ocupando, desta vez, o asfalto e espalhando-se pelas ruas centrais. O retorno da Feira de Artesanato é ainda tímido, quando comparado ao que já representou essa feira no passado, mas parece abrir mais uma vez as portas para que a tradição retome à Rua do Príncipe. Seguem fotos tiradas no local, em agosto de 2014.

CONARH – 40 Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas - uma menção à parte para Felipe Mello

Após relatar algumas "pérolas" anotadas no evento CONARH – 40 Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, ficou em mim o sentimento de injustiça para com o "iluminado" Felipe Mello, uma pessoa que acendeu em mim uma criança que insisto em fazer dormir, mas simplesmente não consigo, para meu próprio bem. Após a palestra, o nobre Felipe distribuiu exemplares de seu livro "Interessados & interessantes", que li rapidamente e selecionei frazes que me tocaram de forma especial. Seguem essas anotações, para deleite de quem ainda não conhece o autor. Se você trabalha na Cia. Águas de Joinville, aguarde meu retorno de férias: doarei o exemplar à biblioteca. “...caminho com a esperança ativa de que a comunicação vitaliza o encontro das sementes com os terrenos férteis, pois mais do que nuvem onde reside o pensamento, é chuva que toca o corpo humano e gera resuldados bons ou ruins.”(p.15) “O norteador de cada passo foi a busca contínua

CONARH – 40 Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas

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No período de 18 a 21 de agosto deste ano de 2014, ocorreu o “mega” evento CONARH – 40o Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, promovido pela ABRH – Associação Brasileira de Recursos Humanos. Tive o privilégio de participar, pela primeira vez, desse evento que me fascinou. Não apenas tratou-se de um evento de grandes proporções espaciais, como de grande diversidade de expositores e palestrantes de todo país e de fora dele. As oportunidades foram tantas que fui obrigado a escolher o evento que participaria, pois, muitas vezes ocorriam eventos simultâneos, todos de elevada qualidade. Fico com a sensação de “quero mais” e com pena das palestras que perdi. Alguma coisa, entretanto, eu posso fazer: deixar o registro de anotações que fiz durante as palestras que assisti, para que, aqueles que não tiveram a minha sorte, possam desfrutar de algumas “pérolas” merecedoras de destaque e reflexão. Seguem as palestras que selecionei, por ter participado delas, e as anotações que f

Resenha do livro: O Vôo da Gaivota, de Emmanuelle Laborit.

Emmanuelle Laborit nasceu surda na França no ano de 1971. Assim como grandes personalidades são forjadas em lugares, épocas e culturas caóticas, Emmanuelle tornou-se símbolo pela sua luta por direitos elementares negados aos surdos e pela sua obstinação em alcançar seus sonhos. Emmanuelle teve forte apoio dos pais, mas encontrou um modelo pedagógico equivocado. Ao descobrir a língua de sinais, percebe que existe uma “cultura” praticada pelos surdos, um mundo novo no qual encontra lugar para se desenvolver e alcançar o que parecia ser impossível. Nesse livro, ela conta sua trajetória, uma leitura suave e, ao mesmo tempo, emocionante e esclarecedora. A autora parte de sua infância para expor suas dificuldades iniciais, quando as palavras lhes representavam um grande mistério. Relata que vivia no momento presente, não tinha noção do que representa o passado ou o futuro, nem mesmo a consciência de sua própria individualidade, noções que só alcançaria após ter contato com