Fórum de Saúde Mental 2025 - ABRH Nacional
No último dia 16 de outrubro, foi realizado o Fórum de Saúde Mental 2025 pela ABRH Nacional.
O evento foi todo on-line e gratuito.
Houve a oportunidade de ouvir relatos de muitos profissionais envolvidos com o tema, o que enriqueceu o evento.
"Presenteísmo", "Veteranos e Novatos", "Sociedade Horizontal" - conceitos interessantes que destaco nesse evento.
Selecionei algumas falas que me chamaram à atenção sobre esse tema - saúde mental - que cresce em interesse por parte das empresas e trouxe nova regulamentação nacional para o ano que vem - NR1 2026 - quando serão exigidos das empresas, indicadores e ações para a mitigação dessa que é uma das maiores causas de adoecimento no momento presente.
"O Jeca não é doente: o Jeca está doente" (Monteiro Lobato - Jeca Tatu).
Essa frase foi mencionada para apontar que a saúde mental se instala numa pessoa, mas, não a define.
Estatísticas relativas a incidência de transtornos mentais na população:
Pesquisas mostram que os problemas de saúde mental, que antes atingiam principalmente a faixa etária entre 40 e 60 anos, passou a atingir mais os jovens a partir do ano de 2018 (Plus One).
De todos os afastamentos do trabalho, mais de 60% se dão por sáude mental (Edmundo Fornasari, Equal Web).
54% da população revelam que o salário não cobre suas necessidades e 49 % precisam de renda extra para sobreviver. 92% crêem no RH das empresas onde trabalham como provedor de soluções para seus problemas financeiros (Matheus Gomes - Salaryfits).
Adriana Jardim Arias (Astrazeneca), informa que:
1 em cada 8 adultos convive com algum distúrbio mental
1 trilhão de dólares por ano de prejuízo no mundo
47,5 milhões de brasileiros são afetados
2,3% do orçamento público é destinado por saúde mental.
motivos: ambientes com pressão por metas, autoritários, falta de escuta e reconhecimento.
prejuízos como afastamento, acidentes de trabalho, queda de produtividade, uso maior com planos de saúde. Presenteismo: estar somente de corpo presente.
O presenteísmo é 3 vezes pior do que o absenteísmo.
Os efeitos nas empresas se apresentam com :
- Produtividade afetada
- Retenção menor de profissionais
- Presenteísmo (às vezes doentes com medo de expor à empresa por achar que serão punidos)
"Cuidar da mente é cuidar da estratégia" diz Adriana: "é preciso desenvolver a cultura da prevenção".
1 em cada 8 adultos convive com algum distúrbio mental.
isso resulta em 1 trilhão de dólares por ano de prejuízo no mundo.
47,5 milhões de brasileiros estão afetados afetados.
As causas desse fenômeno:
Marcos Mendanha, da Faculdade CENBRAP e autor do livro: "O que ninguém te contou sobre Burnout", apresentou as 6 possíveis áreas de discordância entre trabalhador e trabalho:
1) sobrecarga de trabalho
2) falta de controle/autonomia
3) recompensa insuficiente
4) perda de comunidade
5) ausência de equidade
6) conflito de valores
Edmundo Fornasari (Equal Web: Acessibilidade Digital e Saúde Mental) aponta como causas:
De todos os afastamentos, mais de 60% se dão por sáude mental.
prejuízos como afastamento, acidentes de trabalho, queda de produtividade, uso maior com planos de saúde.
Como as empresas podem agir para enfrentamento dessa situação.
Cultura e Liderança (Política/Governança de saúde)
Programas de apoio (digitais)
Mensuração e Avaliação de Resultados
"A saúde mental traz uma corresponsabilidade entre o indivíduo e o meio em que se insere". (Carla Caracol)
Gustavo Werneck - CEO da Gerdal
Programa Mais Cuidado
Busca o equilíbrio entre as necessidades da empresa e as das pessoas.
As ações custam menos do que se poderia imaginar.
Existem resultados diretos entre a saúde mental e os resultados das empresas.
Fatores como acidentes de trabalho reduzem drasticamente a partir do tratamento da saúde
mental pela empresa.
Um ambiente saudável na empresa, traz maiores
resultados, menores índices de absenteísmo
e de afastamentos, além de menor custos com
planos de saúde.
Sidnei Oliveira - escritor
O que antes se relatava como "Conflitos de gerações", deixou de ter sentido a partir do advento da internet. Hoje, o correto seria dizer: "Encontro das gerações tentando extrair oportunidades"
Isso porque hoje existem mais gerações convivendo na sociedade e nas empresas (até 5 gerações) por razão da maior longevidade.
A classificação de gerações (Baby-boomers, Mileneals etc) não se aplica mais às épocas, mas, hoje se percebe que se aplicam às fases de vida das pessoas.
O Jovem da geração Z hoje se assemelham aos jovens Baby boomers na década de 70.
Geração FY - Forever Yang, que deseja ser eternamente jovem.
Aqui vem uma definição que considero muito interessante: do "Velho x Jovem" ao conceito de "Veterano + Novato":
A anterior classificação entre Novos e Velhos muda de contexto e passam a se assemelhar mais como: "Novatos e Veteranos".
É preciso desconstruir a competição geracional. Veteranos tem maior exposição a um cenário, enquanto Novatos são iniciantes em um novo cenário.
Isso representa que existem veteranos e novatos, independente da idade, dependendo dos cenários.
Mentoria: cenário onde os veteranos tem sempre algo a mostrar aos novatos.
O veterano precisa se tornar referência e sair do papel de grande operador e executor.
Os novatos precisam protagonizar, procurando as referências (mentores).
O mundo traz oportunidades para Veteranos e Novatos trabalharem juntos e olharem para a IA como copilotos na construção de soluções e, com isso, criarem ambientes mais saudáveis, com menos problemas de sáude mental.
Dado Schneider, publicitário, explica bem esse novo contexto:
O século 20 foi a era de agenda "vertical" - manda quem pode, obedece quem tem juízo: se aprendia olhando pra cima. Os mais velhos ensinavam os mais jovens.
Com a internet houve mudança de eixo de poder da sociedade, que se tornou horizontal - infinitas novas formas de informação substituíram a busca por conhecimento com os mais velhos.
O que antes se definia como velho e jovem, hoje se define por mentalidade.
A longevidade nos trará uma maior diversidade e velocidade de mudanças, com 5 gerações trabalhando juntas.
Liderança não mais pensando que estamos liderando de baixo pra cima.
"A gente vai ter que se entender".
Adriana Mansueto, do Grupo Gerdal:
Investir em pessoas é um grande negócio para as empresas, pois, interferem na sustentabilidade da empresa. O Programa Mais Cuidado atingiu expressiva redução de custos: para cada R$1 investido apurou-se um retorno de R$12 com redução de absenteísmo, afastamento e acidentes de trabalho.
Fernanda Vilarrodona, Comunicadora criadora do "Escuta Ela", apresentou 5 dicas importantes para lidar com os transtornos mentais, sobretudo aqueles oriundos da vida acelerada, uso excessivo de telas etc
1) aprender a estar no presente ganhando consciência do por que se está aqui
2) ter pausas intencionais de telas - descanso do cérebro
3) dieta de conteúdo: selecionar o que se consome virtualmente
4) redescobrir o prazer do tédio: deixar o silêncio e o nada acontecer (fonte de criatividade)
5) eliminar a comparação: partir para a inspiração
"muitos problemas de saúde mental advém de não admitirmos o erro - o erro é parte fundamental de toda criação e aprendizado"
Impacto do endividamento na saúde mental das pessoas
Talita Almeida - Bradesco
Pesquisas:12% dos funcionários das empresas estão com dívidas fora do controle, independente de classe social.
O Portal da Cidadania Financeira Bradesco promove a Inclusão Financeira, com projetos levados pelo Bradesco aos seus funcionários, envolvendo apoio, orientação e capacitação para que possam não somente solucionar os seus problemas, mas, também levar o conhecimento aos clientes.
Programa Viva Bem: um dos pilares é a saúde financeira, instituiu uma Carteira Social: assistentes sociais levantam as situações e estudam formas de apoio e saída da situação, algumas vezes com apoio financeiro do banco.
Talita reforça a importância dos profissionais Assistentes Sociais no processo, além de médicos e psicólogos.
Principais motivos de endividamento: adoecimento familiar e distúrbios de comportamento compulsivo.
Quanto mais se fala sobre o assunto, mas as pessoas se sentem confortáveis para se manifestarem e a procurar ajuda.
Matheus Gomes, da Salaryfits, informa que pesquisa recente revelou que 54% da população revelam que o salário não cobre suas necessidades e 49 % precisam de renda extra para sobreviver. 92% esperam o RH como forma de solução dos problemas financeiros.
Encerro esse relato ou resenha satisfeito com os conteúdos apresentados e os novos conceitos que eu desconhecia e que me ajudaram a ver esse cenário de forma mais ampla e científica.
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