SER DIFERENTE É UMA FORMA DE SUBVERSÃO
"Qual o ponto em comum entre as pessoas mais criativas da história?”
Fizemos essa pergunta ontem ao ChatGPT enquanto buscávamos criatividade para montar este convite — que você já entendeu que é de uma vaga, pois já leu o nome da seção.
A resposta dele foi essa:
Se você olhar com lupa para as pessoas e figuras históricas mais criativas — de Leonardo da Vinci a Steve Jobs, de Maya Angelou a Nikola Tesla — vai perceber que o ponto em comum raramente é um talento nato misterioso. O padrão mais forte costuma ser uma combinação de três fatores:
1. Curiosidade insaciável – Eles não se contentam com respostas superficiais. Fazem perguntas incômodas, exploram áreas que não dominam e misturam referências improváveis. Da Vinci estudava anatomia humana com o mesmo afinco que projetava máquinas de guerra.
2. Capacidade de conectar ideias de campos diferentes – A criatividade deles vem muito menos de “inventar do zero” e muito mais de enxergar ligações entre coisas que ninguém tinha conectado antes. Jobs, por exemplo, juntou caligrafia e tecnologia para criar o Macintosh com tipografia refinada.
3. Tolerância ao risco e ao fracasso – Eles entendem que ideias novas inevitavelmente erram no começo. Em vez de se apegar a um plano, testam, ajustam, recomeçam. Thomas Edison dizia: “Não falhei, apenas descobri 10 mil maneiras que não funcionam”.
Por baixo disso tudo, há um traço psicológico comum: uma mistura de inquietude com confiança no próprio processo, mesmo quando o mundo acha que eles estão perdendo tempo ou enlouquecendo.
Fonte: Newsletter Digital "The News", 12/08/2025
Essas informações nos trazem à refexão sobre o comportamento humano diante das pressões sociais.
Somos levados a seguir padrões de comportamento e pensamento que nos afastam da criatividade.
Quando jovens, adotamos as características apontadas pelo meio de uma maneira que beira à devoção cega. Roupas, maneiras de falar, de andar, uso de gírias e escolhas musicais: tudo tem que corresponder ao que o meio aprova, caso contrário, somos identificados como nerds, estranhos ou cafonas. Nem mesmo conseguimos amizades ou relacionamentos amorosos.
É comum alegarmos nossas ações com frases como: "todo mundo faz assim", quando na verdade, esse "todo mundo" se reduz àqueles grupos que nos interessam e nos pressionam, aos quais desejamos ser aceitos.
Na fase adulta, passamos a adotar o comportamento esperado pelo mercado de trabalho, adotando leituras, vestimentas, forma de nos comunicarmos e palavras em inglês que teriam tradução para o portugues, mas que, ditas assim, perderiam seu impacto no meio.
A moda é uma das ferramentas de pressão social, ditando maneiras de se vestir, se comportar e aparecer.
A sociedade parece desejar nos tornar iguais, o que nos insere, mas, na mediocridade.
As religiões também fazem esse papel, como braço do poder, afastando o pensamento crítico.
Essa mediocridade é desejada pelo mercado, uma vez que reduz os custos de produção (é mais barato produzir produtos iguais para todos). Nos impõe necessidades artificiais e gera lucro e riqueza. Para as empresas, mantém a igualdade dos profissionais, tornando-os substituíveis e, por conseguinte, diminuindo seus salários.
Quanto mais seguimos as regras impostas pelo meio como forma de sermos aceitos, mais nos afastamos de nós mesmos e da curiosidade criativa.
Seguir regras em busca de aceitação é uma forma de morte do indivíduo, que abandona sua visão de mundo e se torna "mais um".
Então, ser diferente é uma forma de enfrentamento, de subversão.
Basta percebermos que, quem se difere e alcança notoriedade, é justamente aquele que trilhou seus próprios caminhos, muitas vezes enfrentando forte pressão do meio em que vive.
O paradoxo é que, na busca de aceitação e inclusão, nos afastamos de um sucesso possível e morremos mais cedo.
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