OS SEGREDOS DESPREZADOS DO CAMINHO

"Quando sabemos onde estamos, o mundo fica delimitado como um mapa. Quando não sabemos, o mundo parece infinito." (Cixin Liu, A Floresta Sombria, tradução Leonardo Alves, 1a Edição - Rio de Janeiro: Suma, 2017, pag.110)

O trecho que reservei traz a reflexão sobre nossa limitação quando pensamos conhecer o suficiente sobre um lugar, reduzindo-o a um ponto no mapa.

Reconhecer que o caminho sempre traz detalhes novos, que nada é fixo no universo, que nunca estamos no mesmo lugar por razão do tempo e do movimento, nos abre a mente para a evolução, o aprendizado e nos permite experimentar a felicidade no momento presente.

É um conceito antigo a afirmação de que o caminho é sempre mais valioso que o destino. O destino nos impele a partir, mas, ao chegar, o objetivo é alcançado e com ele, o sentido se exaure.

Se prestarmos atenção ao caminho, descobriremos surpresas e nos encantaremos, aprenderemos mais, conheceremos pessoas, paisagens que são normalmente invisíveis quando olhamos apenas para a frente.

O não saber onde se está é, pelo sentido que o autor deseja nos mostrar, a oportunidade de alimentar nossa imaginação.

Nos faz ficar atentos, a buscar as nuances, os detalhes.

Existe um universo a ser desvendado.

Que bom seria se buscássemos, nos mesmos caminhos de sempre, os pequenos detalhes, os movimentos e as mudanças que ocorrem à margem de nossa corriqueira distração.