O SENTIDO DA VIDA NÃO SE ENCONTRA EM CARTILHAS DE CONDUTA
O momento atual corrói os padrões
criados pela humanidade ao longo de sua evolução e que tiveram sua importância
para que chegássemos até aqui com toda a tecnologia que conquistamos.
Entretanto, certos padrões causaram
muitas desgraças, guerras, doenças e genocídios no passado e ainda os causam atualmente.
E por conta desse paradoxo é que
os padrões começam a ruir aos nossos pés.
A ciência evolui e se vê distante
de respostas fundamentais. Por ser a mais honesta das metodologias humanas, se
curva aos fatos e revê, constantemente, seus conceitos e leis.
Num mundo tecnológico onde o
misticismo e as religiões não encontram lugar estável, nem mesmo a ciência, a
sensação é de total desamparo.
Isso faz com que alguns se
prendam a um passado imaginado, como se fosse a solução para um mundo melhor,
quando, nosso passado é igualmente cruel e injusto.
Viemos de uma sociedade
guerreira, colonizadora, escravista e genocida: não existiu um passado melhor. Se
hoje podemos morrer por razão da violência urbana, no passado seríamos mortos
pelo simples fato de desenvolver a ciência.
A polarização político ideológica
parece se alicerçar nesse desconforto e, em ambos os extremos, criam-se padrões
a serem seguidos: novamente a busca por padrões, essa fórmula questionável de
comportamento humano.
O problema da criação de padrões
é que, apesar de confortável, nos tira o poder de pensar, pesquisar e aumentar
nosso conhecimento. Os padrões emperram a evolução e nos robotizam, criando
regras, CARTILHAS DE CONDUTA.
Talvez o vazio existencial que
muitos sentem esteja fundamentado justamente no abandono do pensamento crítico
e dependência de regras de conduta e padrões destituídos de sentido e que,
apesar de prometerem recompensas, não nos trazem a felicidade esperada.
Talvez o sentido que buscamos
encontra-se na possibilidade de viver, pensar e tentar melhorar o mundo, a
partir de nossas atitudes.
No pior cenário possível, numa
guerra, existem aqueles que seguem as cartilhas de conduta, normalizando a
situação, aqueles que se tornam carrascos e alguns que tomam a atitude de salvar
vidas: não importa o contexto, mas, a participação nossa nesse contexto –
talvez aí resida o sentido da vida.
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