MEMÓRIAS INSANAS

 

Nos idos anos de 1978, após uma noite de dança numa discoteca em São Paulo, saímos, eu e meu amigo Antonio Carlos pelas ruas iluminadas da cidade, sem rumo.

Era comum andarmos assim pela cidade, a pé e sem rumo, conversando e rindo de qualquer bobagem.

Me lembro que ríamos muito até chegarmos a uma esquina.

Eu estava no lado de fora da calçada e Antônio Carlos do lado de dentro.

Não sei de onde me surgiu um assombro, dei um grito e pulei para o meio da rua.

Antonio Carlos, sem entender nada, pulou um muro baixo para dentro de uma casa.

Na esquina, surgiu uma moça que, ao ver a nossa reação, retomou, correndo, pelo caminho que vinha.

Até hoje não sei por que tive essa reação, assim como os outros dois protagonistas dessa história insana.

Corremos assustados de algo que nunca ocorreu.

Antonio Carlos não é mais vivo, a moça, nem sequer me lembro de sua aparência.

E eu, sigo sem saber o que ocorreu e rindo sozinho quando me lembro desse episódio.



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