AGORA É SÓ ESPERAR...

 

Fonte: BRIL Chamber (https://brilchamber.org.br/aplicativo-permiti-que-usuario-nao-gaste-tempo-em-filas/)

 

Essa é uma das frases mais irritantes que a gente ouve quando aguarda ser atendido.

Muitas vezes, após esperar um longo tempo, somos chamados, fazemos um cadastro e recebemos essa frase, como se todo o tempo que esperamos fosse desconsiderado.

Não é “só esperar”, mas, continuar esperando.

Não é culpa dos que nos atendem, aliás, esses são tão vítimas como os que esperam, uma vez que dependem de um modelo de atendimento que exige esse tipo de fluxo irritante.

A maior parte das empresas divulga em suas missões, a prioridade no atendimento aos seus clientes. Realizam cursos mostrando a importância dos clientes, posto que viabilizam os negócios.

Entretanto, colocam no atendimento os novos funcionários, com pouco treinamento, os mais baixos salários e sujeitam-nos a um fluxo que os deixa cara-a-cara com os clientes insatisfeitos.

O processo é doente e agride tanto os clientes quanto os funcionários que trabalham com o atendimento. Esses que são obrigados a ouvir todo tipo de insatisfação – alguns clientes não são educados e podem ser até mesmo violentos.

E quanto mais pobre a população, mais perturbador será o atendimento.

O atendimento, caso fosse algo de fato levado em consideração pelas empresas, deveria ser pensado a partir do cliente e com a expertise dos atendentes. Os atendentes deveriam chegar a essa função após rígida seleção entre os melhores da empresa, com remuneração maior e com uma jornada que considerasse o estresse da função.

Mas isso não ocorre. Os clientes, fonte de informação cara para a sociedade atual, não revelam: “gritam” aos atendentes suas insatisfações e desejos.

Mas, além de não levarem em consideração essa rica informação oferecida gratuitamente e diariamente – nem dos clientes nem dos atendentes – as empresas acabam por gastar com consultorias e pesquisas caras, resultando em informações muitas vezes parciais e limitadas.

E aos clientes cabe a frase “agora é só esperar”, como se fosse algo bom (esperar).

 

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