Apocalipse brasileiro
"Somente duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. E não estou seguro quanto a primeira." Einstein
Essa frase tem aparecido com certa frequência e a razão talvez seja a sua atualidade.
Aliás, a fotografia feita, pela primeira vez, de um buraco negro, trouxe Einstein de volta aos noticiários, pois, continuamos a provar suas teorias cada vez que novo evento cósmico é visto mais de perto.
Mas o que me deixa perplexo são as decisões dos governos, tanto no Brasil quanto em demais países, sobretudo aqueles com maiores poderes econômicos, como EUA e China, como exemplo.
Parece que estou vivendo uma volta ao passado, mas, acima de tudo, uma volta aos piores momentos históricos já registrados.
Atendo-me ao Brasil, sinto que as decisões do governo desenham um futuro de desmonte de estruturas que, ainda que deixassem a desejar, sustentavam algum alento às classes sociais menos favorecidas.
Com o discurso de acusação ao governo anterior, ações são tomadas contra os mais fracos, aqueles que mais dependem do amparo social.
Em contrapartida, aqueles que sempre estiveram bem representados no governo, como as classes ruralistas, alguns segmentos evangélicos e os bancos, ganham alento com novas medidas que lhes dão maiores poderes.
Os absurdos dos discursos dos novos ministros e seus asseclas, poupando o presidente que mereceria um estudo à parte, tecem um cenário apocalíptico, onde se retiram direitos daqueles que deles mais necessitam, onde o território é disponibilizado para a devastação de uma agricultura irresponsável que envenena os alimentos, expulsa os índios, que empurra os serviços públicos para empresas privadas e, com isso, condena os mais pobres a uma morte lenta, enquanto a polícia, e agora o exército, entregam uma morte rápida aos negros nas comunidades cada vez mais pobres das periferias das grandes cidades.
Como suporte, um falso moralismo que não é mais do que uma camuflagem para potencializar o preconceito, a exclusão e a violência, ganha a mente de muitos desavisados. Somente para constar: igreja e governo nunca deveriam se aliar. Quando isso ocorre, o resultado tem sido de genocídio, intolerância e terror. Ocorreu no passado e ocorre no presente.
Creio que estamos descendo, mais uma vez, a ladeira, mas, dessa vez, me parece que as consequências poderão ser por demais desastrosas. Muitos somente se darão conta quando sentirem na pele, quando será obviamente tarde demais.
E eu gostaria de dizer, por fim, que não sou petista, não concordo com nenhum tipo de corrupção, mas, isso não me impede de criticar esse des-governo atual.
Aliás, para mim não existem partidos, mas, acordos - esquerda e direita são apenas ângulos diferentes do mesmo propósito, que é explorar, usurpar do povo seus esforços, como se fossem gado.
Enfim, Einstein estava mais uma vez certo sobre a estupidez humana: ela não tem fim.
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