O NATAL NECESSÁRIO DE CADA ANO
Eu passei grande tempo em minha
vida adulta pensando nas futilidades de datas comemorativas, tanto do ponto de
vista da aparente hipocrisia que faz as pessoas mais improváveis tornarem-se
benevolentes e gentis, quanto do ponto de vista da enorme força comercial por detrás
de tudo.
Entretanto, aprendi que somos
seres que criam cultura e nos tornamos reféns dessa criação tão peculiar de
nossa espécie. Assim sendo, precisamos de
rituais e os criamos ou os repetimos periodicamente.
Na aparente “mesmice”,
entretanto, existe um significado individual, particular, uma representação que
se apresenta a cada um de nós como se fosse uma marca, uma digital, um DNA.
Essa mistura de festa padrão e
apropriação pessoal, toma proporções ritualísticas de grande importância e
causa marcas indeléveis na história de vida de cada um de nós. São momentos de memória que se
repetem anualmente, mas, que nos guardam recordações diferentes a cada episódio
vivido.
Este Natal será o primeiro em que
não poderei contar com a presença de meu pai. Estarei também distante de minha
mãe, de meus filhos e netos. Mas não estarei só: contarei com minha amada e sua
linda família, que me acolhe e me eleva há tanto tempo.
Sinto o peso dos rituais e invoco
meus sentimentos mais primitivos, minhas crenças nada científicas, para
ressignificar esse momento.
Me rendo ao momento e me encho de
um amor iluminado, que se expande de meu coração e emite raios de luz que
pretendem viajar e alcançar a todos os meus amados distantes e, como luz,
alcançar até mesmo as dimensões desconhecidas nas estâncias da imortalidade.
Feliz Natal a você que me lê e a
todos aqueles que, como eu, percebem a importância de cada ritual,
especialmente aqueles que são repetidos para lembrar-nos do amor incondicional.
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