DESTINO E FATALIDADE


Em certa ocasião, assisti a um filme “trash”, ou seja, um filme mal feito e de pouca expressão, do gênero terror, mas, de tão ruim, não me lembro de nem do nome e nem o enredo. Entretanto, em certo momento, Boris Karloff, ator britânico famoso por suas atuações em filmes desse gênero, aparece e conta uma história que, de tão interessante, ficou na minha memória até os dias presentes e fez com que meu tempo não tivesse sido de todo perdido diante da TV naquele dia.

A história era sobre a fatalidade do destino e era mais ou menos assim...

Vivia no Irã, na cidade de Isfahan, um rico mercador que tinha muitos criados. Entre eles, havia um em especial, que lhe era mais próximo. Certo dia, ao voltar do mercado, esse criado chegou ao mercador, muito pálido e assustado. Prostrando-se diante do mercador, perguntou:

- meu senhor, tenho sido seu servo fiel. Em toda a minha vida, alguma vez traí à sua confiança? Em algum momento deixei de atendê-lo ou faltei em algum serviço a mim direcionado?

- claro que não, respondeu o mercador, você é meu melhor criado, o que mais confiei em todos esses anos.

- poderia eu, humildemente, pedir-lhe um favor, o que nunca lhe fiz antes? Seria eu merecedor de sua benevolência em um momento emergencial em minha vida?

O mercador olhou-o pensativo, respondendo em seguida:

- pela sua fidelidade e retidão, tenho contigo uma dívida: peça o que quer e, estando ao meu alcance, terei o prazer em lhe atender.

O criado, aliviado, fez seu pedido:

- senhor, preciso de um cavalo e mantimentos. Devo partir imediatamente, pois, pretendo estar ainda esta noite, na cidade de Samara.

O mercador assentiu, concedendo o melhor cavalo e mantimentos variados e em abundância para sua viagem.

Ao se despedir, entretanto, perguntou ao criado:

- posso saber o motivo de sua viagem tão repentina?

- claro senhor, respondeu o criado. Ocorre que esta manhã, quando fui ao mercado, encontrei o anjo da morte e ele me olhou de forma ameaçadora. Preciso sair daqui rapidamente, pois, corro risco de morrer.

Despediram-se e o criado se foi, galopando rumo à cidade vizinha de Samara.



O mercador, entretanto, curioso com a história do criado, foi ao mercado para procurar o tal anjo da morte. Chegando lá, após procurar em algumas tendas, encontrou um homem de faces assustadoras, com vestes negras. 
Chegou-se a ele e perguntou: quem é você?

- sou o anjo da morte, respondeu o homem sinistro.

O mercador, então, prosseguiu:

- como ousa ameaçar meu melhor criado que veio ao mercado obedecendo minhas ordens?

- ameaçar? respondeu o anjo, de forma alguma !  eu apenas fiquei espantado em vê-lo aqui, pois, tenho um encontro com ele nesta noite, na cidade de Samara !
....


Encontrei uma história semelhante no seguinte endereço:
http://www.psicologiamsn.com/2011/02/conto-morte-e-o-destino.html, mesmo endereço em que encontrei a imagem adicionada a este post.


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