SANEAMENTO E PRIVATIZAÇÕES: O GOLPE

 

A classe empresarial brasileira parece estar sempre buscando modelos externos para lidar com questões internas, muitos deles questionáveis e malsucedidos lá fora: o que vale é o discurso para uma população mal informada que se encanta com esses modismos.

Um exemplo disso é a privatização dos serviços públicos. Por trás disso, está um desejo que abarcar os serviços públicos essenciais e obter lucros num ambiente não competitivo.

Existe uma matéria interessante sobre um movimento de reestatização de serviços públicos nos países europeus e nos EUA: as razões disso é a má qualidade dos serviços prestados e os elevados valores tarifários por parte das iniciativas privadas.                 

(veja no link: https://sintaemasp.org.br/noticias/reestatizacao-agua-mundo).

No saneamento, o argumento brasileiro é de que o governo não possui recursos para a investir nas obras para universalização nos prazos desejados e estabelecidos como meta nacional.

Mas, como funcionam as privatizações no Brasil?

As empresas interessadas na compra da concessão dos serviços contam com financiamento do BNDES, ou seja, o governo, que alega não ter recursos, oferece esses recursos para empresas privadas, através do banco BNDES.

De onde vêm os recursos do BNDES:

“Fontes governamentais, como o FAT e o Tesouro Nacional, representam parcela significativa da estrutura de funding do BNDES, respondendo por 63,6% das fontes de recursos em 30 de setembro de 2023 (64,6% em 31 de dezembro de 2022), considerando nesse cálculo os passivos onerosos e o patrimônio líquido." (Fonte: site do BNDES, grifo meu).

Isso quer dizer que, os recursos do BNDES advém das contribuições da população, através de impostos, que serão destinados a empresas privadas, que irão diminuir os salários e benefícios dos seus empregados através de quarteirizações e prestar um serviço de menor qualidade e maior custo para a população que mantém esses fundos.

Pior: as empresas públicas destinam seus superávits para alimentar seus investimentos em infraestrutura, enquanto o “lucro” nas empresas privadas, são divididos entre os acionistas, em muitos casos de fora do país.

Mas, infelizmente, por má informação/educação do povo brasileiro e má fé de alguns empresários e políticos (financiados por eles), somos levados a acreditar que a privatização e o Estado mínimo são conceitos “modernos”.

Vivemos um momento em que a pesquisa e o aprofundamento no conhecimento não têm lugar para as massas, que preferem seguir modismos e repetir máximas de engravatados, políticos e até mesmo igrejas: os resultados dessa postura são nefastos.

 

 

 

 

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