A Máquina da Morte

 Reflexão sempre necessária e atual, sobretudo em momentos em que existe em parte expressiva da população, a crença no mercado, que é visto como o novo Deus, mas, que se alimenta da miséria, da destruição e, neste momento, do ódio e de um nauseante falso moralismo.


"O que está nas mãos das 350 pessoas mais ricas do planeta é superior à renda anual de 2,5 bilhões de outras pessoas. É fácil ver que o avanço tecnológico (para efeito de exemplificação, ficaremos apenas com os progressos da informática, da indústria farmacêutica e da medicina) alcançado à custa de altos investimentos, mas que, por sua vez, dá grande retorno financeiro, é fácil ver que os benefícios desse desenvolvimento da tecnologia são usufruídos por aquela pequena parcela populacional detentora do grande capital. Os possíveis efeitos de melhoria social são descartados, até porque o nivelamento das condições de vida, ou mesmo um simples restabelecimento de condições mínimas de existência, decorrentes da aplicação dos recursos tecnológicos às grandes camadas miseráveis da população, traria uma consequente diluição do capital. Assim, não seria falso dizer que a estrutura se mantém alimentando-se daqueles que não têm com o que se alimentar. O problema será quando acabar o “estoque alimentício” ao grande mercado, aí então será preciso comer-se a si próprio, começando pelas extremidades, que são sempre os pontos mais vulneráveis.” (BARBOSA, Amilcar Bettega, OS LADOS DO CÍRCULO, Companhia das Letras, 2004, pags 91-92)

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