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Showing posts from July, 2021

PRIMEIRO AMOR

  Aprendi a viver os dias fugindo das lembranças O trabalho, o caminho, as leituras Distrações que me imponho a cada dia Que duram um tempo curto Para depois me devolver exausto Ao colo das lembranças Dos momentos que se perderam Dos lugares que já não existem Das alegrias de um coração puro Que se encantava com o caminho Que via alegria em cada esquina Que explodia de alegria ao te ver O dia todo era habitado por você Às noites você em meus sonhos Eu era um pedaço incompleto: você muito mais que minha metade – minha melhor parte Era seu súdito Mas você um dia se cansou Se despediu Abriu um buraco em meu ser Caí num abismo sem fim Ainda tento olhar as paredes do poço em que estou a cair Na tentativa de encontrar esse êxtase Esse momento que se foi e carregou minha juventude Minha alma Meu rumo Meu encanto Meu sentido              

Papo Distópico 13

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SOMOS MOVIMENTO

  Do momento em que nascemos, nossas células se reproduzem, morrem e são substituídas continuamente. Envelhecemos a cada dia e, apesar de podermos demonstrar mais ou menos esses sinais, o destino é implacável. A ilusão de paralisia é insana, posto que até mesmo o chão em que pisamos viaja em movimentos em torno do centro do planeta, que gira em torno de uma estrela, que se movimenta dentro da galáxia, que se move no universo, talvez multiverso. Lutamos por pensar diferente, criamos mitos, fantasias e lendas.  Apegamo-nos de tal forma à resistência que nos tornamos desumanos e antinaturais. Ao negarmos o óbvio de nossa transitoriedade, atropelamos sentimentos, criamos estereótipos e preconceitos, condenamos e matamos. O desespero do apego tem somente uma razão plausível: o medo do óbvio destino de todos – o medo da morte. Mas, ao tentarmos fugir da morte, fugimos também da vida, deixamos de aproveitar a fluidez, não aproveitamos o movimento para nos fortalecer e evoluir. Congelamos os s