A MORTE DAS CERTEZAS
Nasci num mundo que se esfacelou. Nasci em 1959, já haviam automóveis, aviões, eletricidade. A minha juventude foi num momento histórico em que se esperava muito do futuro. A ciência traria as soluções para aumentar o tempo e a qualidade de vida, também nos possibilitaria a exploração espacial e eliminaria a pobreza. Mas haviam guerras no mundo. A guerra dos EUA contra o Vietnam trouxe indignação e impulsionou o movimento hippie que trazia a paz e o amor como mote. Mas havia a guerra fria e a possibilidade de uma terceira guerra mundial. Ainda assim acreditávamos numa evolução que nos libertaria dessas tensões. Eu sinceramente acreditava num mundo melhor, que as pessoas evoluiriam e que a educação alcançaria a todos, trazendo resultados incalculáveis. Haviam verdades balizadoras, leis físicas imutáveis. Mas as coisas mudaram. Novas descobertas nos tiraram o chão. Descobrimos que as leis físicas que conhecíamos não são as mesmas que se observam nos níveis subatômicos. Também perceb