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Showing posts from April, 2020

A VELOCIDADE DO TEMPO E A SINGULARIDADE DE CADA UM

“Como é bom estar viva, respirar e apreciar cada instante, assim como eles são”. Monja Coen O tempo, assim como tudo o mais, está sujeito a um ponto de observação. Interessante esse ponto de observação, que é muito particular e específico, mas, também sofre a influência de quem está a observar. Se eu saio à rua e vejo uma pessoa, além de avalia-lo, eu o percebo assim como a mim mesmo, através de comparações.  Me entendo como gordo se estou em meio a pessoas de menor peso que eu. Me vejo idoso, se em meio a pessoas mais jovens.  Enfim, nossas avaliações partem dessas comparações. Mas, quão melhor seria se nossa observação tivesse como parâmetro a diversidade, a percepção de que somos únicos e, por essa razão, com valores intrínsecos. Assim nos veríamos livres de muitos tipos de comparações. Poderia pensar: sou mais pesado que aqueles que me cercam, o que me torna diferente e particular, me faz um indivíduo. Tenho mais idade do que as pessoas que me cercam, o que sig

SANEAMENTO x COVID 19

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“Em tempos de  pandemia , o descaso de décadas em investimentos aumentará as injustiças e desigualdades de um povo que não tem esgoto tratado ....” (ESTADÃO.com)* A questão do saneamento básico no Brasil, alvo das atenções por razão do histórico descaso dos governos no atendimento à população, com o cenário atual da pandemia mostra seu lado mais cruel: infectados pelo COVID 19 em regiões mais pobres tem mais chances de morrer e os números começam a provar essa triste realidade. É do conhecimento que o investimento em saneamento reduz consideravelmente a necessidade de investimento em saúde. Alguns proclamam que essa razão seria de um para quatro, ou seja, para cada um real investido em saneamento, corresponderia a quatro reais investidos em saúde – existem controvérsias acerca desse raciocínio, mas, é possível dizer que a razão de retorno positivo é verdadeira. É também do conhecimento, que a questão do saneamento tem peso na avaliação do desenvolvimento humano d

PORTAS QUE SE FECHAM, HISTÓRIAS QUE SE PERDEM

Aqui eu ensaio colocar o vazio que existe em mim. Por essa razão, me faltam as palavras, assim como o assunto. Tenho tempo, posso me dar ao luxo de não ser interrompido, tenho um computador e posso escrever. Mas, as palavras não saem. Estou repleto de memórias, lembranças boas. Lembrança de meus filhos ainda crianças, a casa cheia de vida, de vozes, correria e brincadeiras. Houve um tempo em que meu horário de trabalho me concedia uma hora e meia de tempo para almoçar. Nesse tempo, eu corria pra casa para dançar com minhas filhas as músicas da Xuxa. Nos domingos, alternávamos entre as casas dos avós, onde a família se reunia. Almoçávamos uma comida que só mães e sogras sabem fazer e espreguiçávamos nas cadeiras, desperdiçando conversas leves, enquanto as crianças corriam nos quintais. Houve um tempo em que eu chegava em casa e tinham crianças me esperando, além de cães adoráveis. As crianças cresceram, saíram de casa. Os avós morreram, suas casas foram vendidas ou