VERDADES ESQUECIDAS

"O homem, o verdadeiro bravo, teme o que tem a ser temido, poupa e resguarda a vida - esta pérola preciosa - e procura morrer por uma causa digna (...) Aperfeiçoar-se no duplo caminho das letras e das armas" (...) não significa que dois são os caminhos a serem percorridos em busca do aperfeiçoamento; significa, isto sim, que os dois caminhos, das letras e das armas, estão juntos e perfazem um único caminho. (p. 123)*


Vem do oriente os mais antigos pensamentos, filosofias. 

Apesar de toda a revolução da informação propiciada pela tecnologia contemporânea, o pensamento humano de maior relevância ainda reside nas coisas mais elementares. 

A visão do "caminho do meio", na qual a felicidade se encontra fora dos extremos, num ponto onde existe o equilíbrio, é milenar e permanece como uma boa lição a ser aprendida.

Vivemos tempos nos quais o emocional se torna imperioso, deixando a razão perdida e desprezada.

Isso pode explicar os preconceitos, os extremismos de todos os matizes, sejam eles religiosos ou políticos.

Explica também a infelicidade humana, a depressão, a falta de sentido nas mentes de muita gente.

O desequilíbrio nos leva aos extremos e os extremos ao desprezo pela vida, pela dignidade.

Também nos torna difícil a concentração - é comum ouvirmos no dia-a-dia, nossos gerentes, diretores e coordenadores nos pedirem "foco". A meditação é o remédio mais antigo, e ainda válido, para o desenvolvimento da concentração ou do "foco".

O texto selecionado nos mostra que o caminho das letras - uma alusão à razão - e o caminho das armas - alusão às emoções - compõem um único caminho que deve ser seguido. 

O caminho do meio, quando a razão domina as emoções. Esse domínio não seria a aniquilação das emoções, mas, o uso delas de forma sábia, refletida. Quando somos dominados pelas emoções, somos como animais selvagens, assim como quando somente a razão impera, sem emoções, tornamo-nos igualmente perigosos.





**YOSHIKAWA, Eiji, MUSASHI, editora Estação Liberdade, 1999

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